Politica comercial e industrial brasileira sob escrutinio da OMC - Estadao
Diplomacia e Relações Internacionais

Politica comercial e industrial brasileira sob escrutinio da OMC - Estadao


Oh, lá, lá: isso complica para o candidato.
Ainda que ele seja bom, excelente aliás, fica difícil para os grandes parceiros comerciais acreditar que ele não terá nada a ver com o mercantilismo, o protecionismo e o dirigismo brasileiro...
Os companheiros certamente não estão ajudando sua eleição, com suas medidas canhestras e anti-OMC, no espírito e na letra...
Paulo Roberto de Almeida


EUA, Japão e UE questionam política industrial ‘discriminatória’ do Brasil

Jamil Chade - CORRESPONDENTE / GENEBRA



O Estdado de S.Paulo, 28 de abril de 2013 | 22h 00





Países ricos vão ao comitê de investimentos da Organização Mundial do Comércio pedir explicações ao governo brasileiro por medidas adotadas nos últimos anos que, para eles, beneficiam a indústria nacional em detrimento dos competidores estrangeiros

Os países ricos se uniram para questionar a política industrial brasileira, que chamam de "discriminatória". Amanhã, na Organização Mundial do Comércio (OMC), vão pedir explicações ao Itamaraty em relação à política de incentivo fiscal que, para esses governos estrangeiros, estaria violando regras do comércio.
Num documento enviado ao Itamaraty, obtido pelo Estado, datado de 15 de abril, os governos de EUA, Japão e União Europeia deixam claro que consideram "preocupantes" as medidas adotadas pelo Brasil nos últimos meses em diversos setores e pedem explicações, elevando a pressão sobre Brasília.
Há ainda outra queixa: o governo de Dilma Rousseff havia prometido que certas medidas de incentivo seriam temporárias. Mas, hoje, já estão previstas para durar toda a década.
O Palácio do Planalto insiste em que sua política industrial está dentro das regras internacionais. Mas agora os países ricos querem saber como é que o Brasil justifica a "consistência" de seus incentivos perante as normas da OMC. Essas leis estipulam justamente que governos não podem usar regras tributárias nacionais para criar discriminação entre produtos nacionais e importados.
Essa não é a primeira vez que incentivos fiscais dados pelo Brasil são questionados na OMC. Mas a cobrança era pontual. O IPI para carros, por exemplo, já foi alvo de críticas.
Agora, porém, pela primeira vez, as três principais economias desenvolvidas alertam que a política de incentivo poderia fazer parte de uma estratégia mais ampla de política industrial, com elementos "aparentemente discriminatórios".
Não se trata ainda de um ataque ao Brasil nos órgãos judiciais da OMC. A questão será levada ao comitê da OMC que trata justamente de políticas de investimentos, onde países podem levantar questões a outros parceiros comerciais.
Mas fontes da UE dizem que a decisão de cobrar mais explicações do Brasil, somada ao fato de que não se trata apenas de um setor, mas de toda a estratégia, são uma demonstração de que os países ricos não darão trégua ao Brasil e, nos próximos meses, aumentarão a pressão.
"Existem preocupações sobre o que parecem ser medidas discriminatórias contra produtos importados em certas medidas adotadas pelo Brasil na área de taxação indireta", afirma o documento dos países ricos.
Essas nações dão diversos exemplos desses incentivos e alertam que, ao contrário do que o governo brasileiro havia prometido, as medidas não são temporárias. Uma delas é o IPI menor dos carros para empresas que usem peças locais.
Os ricos também atacam o que chamam de "discriminação" contra produtos digitais, contra equipamentos de telecomunicações e semicondutores, setores que também foram alvo de políticas de incentivo fiscal. No documento enviado ao governo brasileiro, americanos, europeus e japoneses questionam a "consistência" das regras de leilão da Anatel para as redes de banda larga em relação às normas internacionais, já que esses leilões estariam privilegiando empresas que usem equipamentos nacionais.
Mas as críticas não param por aí. Os governos ricos querem saber como o Brasil justifica a lei que deu, desde 2 de abril, incentivos à indústria de fertilizantes, com redução de impostos sobre a aquisição de máquinas, e se acredita que a medida está dentro das regras globais.
Por fim, os países querem saber como o Brasil explica a consistência de sua política de redução de IPI para carros diante das leis internacionais.
Motivação. O próprio documento deixa claro que esses países continuarão a questionar o Brasil. "Essas questões não devem ser vistas como exaustivas em relação às preocupações de UE, EUA e Japão", afirmam.
Em diversas ocasiões, o governo brasileiro disse que as medidas de incentivo tendem a dar vantagens justamente a empresas europeias e americanas, já que são as que estão instaladas no Brasil há décadas e usam de fato produtos nacionais.
Mas o argumento não convence. A pressão dos ricos sobre o Brasil não ocorre por acaso. Washington, Bruxelas e Tóquio não querem que políticas industriais com viés protecionista se transformem em uma espécie de "moda", justamente em mercados emergentes, os únicos que crescem no mundo.



loading...

- Trapalhadas Automotivas Dos Companheiros: Japao Contra Brasil Na Omc
BRASIL – OMC Denúncia do Japão contra política industrial do Brasil surpreende governo Assis Moreira Valor Econômico, 6/07/2015 A denúncia feita pelo Japão contra o Brasil na Organização Mundial do Comercio (OMC), atacando as bases da política...

- Omc: Ue Reclama Contra Brasil (era Inevitavel)
Os companheiros, que são perfeitos amadores em política econômica (o que já era esperado), e imperfeitos improvisadores em políticas setoriais, com destaque para a comercial e a industrial, podem ficar surpresos, mas quem conhece as regras do comércio...

- Omc: Parcerias Estrategicas Nao Evitam Interesses Nacionais
Reino Unido e França fazem campanha na OMC contra o candidato do Brasil Assis Moreira Valor Econômico, 29/04/2013 – p. A2 Os governos do Reino Unido e da França, países que têm parceria estratégica com o Brasil, lideram uma dura campanha...

- Deja Vu Comercial, All Over Again: De Volta Aos Anos 1950-60?
Na mira da OMCEditorial O Estado de S.Paulo, 13 de outubro de 2012 Nem todas as medidas adotadas pelo governo brasileiro para proteger a produção nacional ferem as regras do comércio internacional, mas nem todas estão inteiramente de acordo com as...

- Protecionismo Brasileiro Comeca A Incomodar Na Omc
Países ricos pressionam Brasil na OMCGovernos de EUA, Europa, Austrália e Japão vão cobrar respostas às regras do IPI para carros e às exigências para o mercado de 4G no PaísJamil Chade, correspondenteO Estado de S. Paulo28 de setembro de 2012ZURIQUE...



Diplomacia e Relações Internacionais








.