Servidora foi internada após voltar de viagem oficial. Fatalidade provoca mudança de procedimento do Itamaraty, que passará a informar funcionários de riscos às visitas a países com áreas endêmicas
A diplomata brasileira Milena de Oliveira Medeiros, 35 anos, morreu na manhã de ontem, vítima de malária. Internada desde o começo de dezembro no Hospital Brasília, no Lago Sul, ela havia contraído a doença em uma viagem à África a serviço do governo — entre 20 e 27 de novembro, a servidora participou de missão oficial em Malabo, capital da Guiné Equatorial.
Oito dias após retornar ao Brasil, Milena começou a passar mal e, em 5 de dezembro, teria procurado pela primeira vez o hospital, onde fez um exame para malária cujo resultado sairia em duas semanas. Ela foi internada dois dias depois, devido ao agravamento de seu quadro clínico e, no dia 10, a diplomata deu entrada na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital. Desde então, seu estado de saúde era considerado grave.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) havia informado, na semana passada, que “a demora no diagnóstico da doença e a pouca familiaridade com o tratamento de certos tipos de enfermidades tropicais” encontravam-se na “raiz do agravamento do estado de saúde de Milena de Oliveira e Medeiros”. A reportagem procurou o hospital na noite de ontem, mas a instituição não divulgou informações sobre o caso.
Em nota publicada ontem no site do Itamaraty, o MRE afirmou que Milena “sempre exerceu suas funções com grande dedicação e sentido de dever. Sua passagem, que abrevia prematuramente uma carreira promissora, é sentida profundamente por todos os seus amigos e colegas”. O texto informou ainda que “o ministro Antonio Patriota manifestou aos familiares da diplomata suas condolências e a solidariedade de todo o corpo de funcionários do Ministério das Relações Exteriores”.
Orientação
O Itamaraty foi criticado ontem pelo Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty), que divulgou nota em seu site acusando o MRE de não acompanhar o estado de saúde dos servidores. “O Itamaraty, por sua especificidade, deveria promover exames médicos dos funcionários designados para missões em áreas endêmicas. Estes precisam receber atenção médica especial e constante: antes, durante e depois da permanência nessas regiões”, defendeu o sindicato.
A assessoria de imprensa do Itamaraty confirmou que a pasta não adota um procedimento padrão de orientação a diplomatas que fazem viagens oficiais. Mas, por meio de nota, informou que, “com o objetivo de promover a prevenção de doenças por parte de funcionários designados para servir ou cumprir missão de caráter temporário em países nos quais se registre a presença de endemias, a administração do ministério está intensificando suas atividades de divulgação de medidas profiláticas e de identificação de sintomas, o que se fará inicialmente por meio da elaboração de cartilha específica de orientação”.
Milena Medeiros nasceu em Rio Branco (AC), cursou direito na Universidade Federal de Rio Branco e música na Universidade de Brasília (UnB). Ela ingressou na carreira diplomática em 2009, por meio de concurso público.Diplomata brasileira morre de malária após visita oficial a África
27 de Dezembro, 2011
A notícia foi confirmada na passada noite de segunda-feira pela agência de notícias brasileira. Milena Oliveira de Medeiros, diplomata brasileira, morreu no hospital, depois de ter contraído malária numa viagem oficial do governo à Guiné Equatorial.A diplomata, de 35 anos, já estava internada na capital, Brasília, desde o início do mês de Dezembro, depois de ter regressado da viagem de serviço a Malabo entre os dias 20 e 27 de Novembro.
De acordo com a BBC Brasil, António Patriota, actual ministro dos Negócios Estrangeiros manifestou as suas condolências. «A sua passagem, que abrevia prematuramente uma carreira promissora, é sentida profundamente por todos os seus amigos e colegas», disse.
O hospital privado a que a diplomata recorreu quando começou com os primeiros sintomas terá solicitado ao Ministério da Saúde o medicamento contra a malária, que apenas chegou uma semana depois do internamento.