Causa Operaria: misturando fascismos (Caso Battisti)
Diplomacia e Relações Internacionais

Causa Operaria: misturando fascismos (Caso Battisti)


O que vai abaixo é uma matéria de corte nitidamente fascista, tentando imputar essa postura à Justiça italiana, que o articulista confunde com o governo Berlusconi.
Noto, en passant, que os redatores da Causa Operária fariam melhor se aprendesse primeiro a escrever direito em Português...


Caso Battisti: o governo não pode aceitar nenhuma imposição dos fascistas italianos


Editorial Causa Operária online, 2 de outubro de 2011

Mesmo após a decisão soberana do Estado brasileiro em conceder asilo político ao ex-militante Cesare Battisti, decisão tomada pelos poderes Executivo e Judiciário, o Brasil continua sendo vítima da chantagem do governo Silvio Berlusconi. A prova de que o governo italiano busca passar por cima das decisões brasileiras foi dada em um recente evento comemorativo da juventude do Partido da Liberdade onde o primeiro ministro italiano declarou que “Não foi dada a última palavra [sobre o caso Battisti], acho que podem acontecer coisas que podem mudar a situação.
E de fato, o governo italiano tem realizado uma ofensiva no último mês para reverter a decisão. Primeiro, deu um ultimato ao governo brasileiro afirmando que daria como prazo final o dia 15 de setembro e se o caso não fosse reconsiderado recorreria da decisão no Tribunal de Haia. Depois disso, deu a primeira demonstração de boicote econômico. Na semana passada, o contrato entre o Ministério da Defesa e o estaleiro italiano Fincantieri foi suspenso pela recusa brasileira em não extraditar Battisti.
A tentativa de reverter a decisão é uma afronta a soberania brasileira, pois a decisão de conceder asilo político, ou seja, a decisão de um Estado em acolher alguém perseguido em seu país de origem, cabe unicamente ao Brasil.
Recentemente, o governo francês negou o pedido de extradição feito pelo governo Berlusconi de Marina Petrella, ex-militante do grupo guerrilheiro italiano Brigadas Vermelhas durante os anos 1970, o mesmo período em que Battisti exerceu atividade política no PAC (Proletários Armados pelo Comunismo). Contra a decisão soberana do Estado francês não houve protestos por parte de Berlusconi. O que mostra que a insistência em impor a extradição de Battisti e a tentativa de passar por cima das decisões do Estado brasileiro constitui uma típica atitude de um país imperialista com outro semicolonial.
Neste sentido, o acordo realizado entre os governos brasileiro e italiano para criar uma “comissão de conciliação” para analisar o caso é mais uma capitulação do PT diante da direita e do imperialismo. Esta comissão será formada por três pessoas: um representante da diplomacia italiana, outro da diplomacia brasileira e um terceiro indicado por um terceiro país escolhido de comum acordo pelos dois governos. Após quatro meses será produzido um relatório sobre o caso.
O governo Dilma Rousseff e seus partidários tentaram apresentar a aceitação da proposta como um ato para evitar um julgamento em Haia e defender a soberania nacional, no entanto, a política do PT não será capaz de evitar que o caso seja levado para este tribunal e é o oposto da defesa dos interesses nacionais contra esta agressão.
Em primeiro lugar, aceitar a “comissão de conciliação” não evitará que o governo italiano recorra do tribunal de Haia. [sic PRA] Segundo o acordo firmado, se qualquer uma das partes não concordar com o parecer da comissão ou simplesmente não emitir um parecer, o caso será enviado ao Tribunal de Justiça de Haia. Depois de todos estes esforços, Berlusconi e seus aliados na Itália, muitos deles oriundos diretamente das fileiras do fascismo, desistiriam de extraditar Battisti? Aceitariam, por exemplo, um parecer do governo brasileiro que defenda sua decisão de conceder asilo para Battisti?
Em segundo lugar, é uma aceitação das imposições do governo italiano porque mesmo a decisão desta comissão não tendo caráter de decisão judicial servirá como um instrumento de chantagem.
Neste sentido, é preciso denunciar a capitulação do governo Dilma Rousseff e mais este ataque dos fascistas italianos liderados por Silvio Berlusconi.



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