Diplomacia e Relações Internacionais
Guerrilheiros das FARC eliminados na Colombia, em ataque apoiado pela CIA
Alguns (ou vários) companheiros vão lamentar, outros sentir muita raiva do imperialismo, alguns ainda até chorar, emotivos que são, com a morte de irmãos do mesmo combate anti-burguês e anti-imperialista. O pessoal do MST, por exemplo, deve estar de bandeira a meio pau, e provavelmente vai emitir alguma nota protestando contra esse apoio da CIA ao exército colombiano.
Bem, vejamos: sozinhas, nenhuma das FFAA da região conseguiriam empreender certas operações sem uma logística sofisticada, envolvendo rastreamento por satélite, interceptação de comunicações e depois bombas "inteligentes". Se não fosse a CIA, quem seria que prestaria ajuda a um governo legítimo, sob ataque de narcotraficantes, sequestradores e terroristas?
Se o Brasil estivesse na mesma posição, ou seja, enfrentando grupos armados criminosos, o Exército iria pedir ajuda a quem? Se dependesse dos companheiros, provavelmente à Inteligência Cubana, que tem um acordo de cooperação com os arapongas da ABIN, gentilmente patrocinado pelo chefe da quadrilha, agora preso, quando era o grão-vizir, ou mais, o Richelieu do cerrado central...
Paulo Roberto de Almeida
Nova ação da Colômbia com apoio da CIA mata 10 guerrilheiros das Farc
27/12/2013 14:12
Por Redação, com agências internacionais - de Bogotá
Guerrilheiro das Farc monta guarda em área próxima ao local onde ocorreu o bombardeio
Um grupamento de 10 guerrilheiros das Farc, incluindo um importante líder rebelde, foi aniquilado em um bombardeio militar na região central da Colômbia, informou o governo na manhã desta sexta-feira, numa demonstração de que a ofensiva contra a insurgência prossegue apesar do diálogo de paz para pôr fim a um conflito interno de quase 50 anos e a uma trégua unilateral do grupo esquerdista. O ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, disse que a operação militar ocorreu numa área montanhosa do município de Cubarral, no departamento de Meta, e resultou na morte de dez rebeldes, inclusive o comandante da Frente 53 das Farc, conhecido como Jhon 26.
Segundo Pinzón, o bombardeio contra o acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ocorreu na madrugada de domingo, mas, por causa de dificuldades climáticas e topográficas, só na quinta-feira os militares conseguiram chegar ao local para recolher os corpos e armamentos de longo alcance. Pinzón descreveu Jhon 26 como um “indivíduo de enorme relevância” para as Farc, dedicado à captação de recursos na região central da Colômbia, o que inclui Bogotá, uma metrópole com mais de 8 milhões de habitantes.
O governo do presidente Juan Manuel Santos e as Farc iniciaram há 13 meses, em Havana, uma negociação de paz que busca encerrar um conflito interno que já dura quase meio século e deixou mais de 200 mil mortos e milhões de refugiados internos. Santos se recusou a declarar uma trégua bilateral durante as negociações, como propunha a guerrilha, alegando que as Farc poderiam tirar proveito militar dessa situação para estender o processo de paz indefinidamente. Em 15 de dezembro, as Farc declararam uma trégua unilateral de um mês, como gesto de boa vontade, mas o governo manteve sua ofensiva contra os insurgentes.
Embora os assassinatos, chacinas e sequestros tenham se reduzido consideravelmente na Colômbia, ainda são frequentes os bombardeios das Forças Militares contra a guerrilha e os ataques rebeldes contra o Exército e a polícia, bem como os ataques contra a infraestrutura econômica do país.
Apoio da CIA
O governo de Juan Manuel Santos recebe o apoio dos Estados Unidos no combate às Farc. Um programa secreto da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA ajudou o governo da Colômbia a eliminar vários líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na última década, entre eles Raúl Reyes no Equador, segundo reportagem publicada diário conservador norte-americano The Washington Post, no início da semana.
De acordo com o jornal, o programa contou com ajuda fundamental da Agência Nacional de Segurança (NSA), e teve um “orçamento de muitos milhões de dólares”, de caráter sigiloso, que não faz parte do chamado Plano Colômbia – pelo qual o governo norte-americano envia US$ 700 milhões por ano aos militares colombianos. O programa da CIA foi implementado com autorização do então presidente George W. Bush (2001-2009), no início do seu governo, e mantido por Barack Obama, afirmou o jornal, que consultou mais de 30 fontes envolvidas no processo.
Desde o início, o papel dos EUA era proporcionar inteligência para localizar líderes das Farc e, a partir de 2006, fornecer um sistema de rastreamento por GPS para converter bombas de gravidade em bombas de alta precisão. A combinação dos dados da inteligência e das bombas guiadas por GPS permitiu, em 2008, que a Força Aérea colombiana localizasse e eliminasse o líder da guerrilha, Raúl Reyes, em território equatoriano, o que desencadeou a pior crise diplomática entre os dois países em mais de uma década.
O Washington Post lembrou que, em 2006, a Colômbia foi o país que recebeu a terceira maior ajuda militar americana, depois de Egito e Israel, mas este programa secreto deu um salto qualitativo quando passou a incluir os dispositivos GPS. Uma bomba com esse sistema matou, naquele ano, Abu Musab al-Zarqawi, um dos chefes da Al-Qaeda, no Iraque. O ataque fez o então presidente colombiano, Álvaro Uribe, pedir em caráter reservado a Bush para receber o equipamento.
Entretanto, os norte-americanos não entregaram aos colegas de Bogotá os códigos de criptografia que permitiam comunicar o sistema de orientação das bombas aos cérebros eletrônicos guiados por GPS. Em 2007, operações realizadas com o novo sistema de bombas inteligentes provocaram a morte de dois líderes das Farc. Primeiro, Tomás Medina, o Negro Acacio, e, seis semanas mais tarde, Gustavo Rueda, o Martin Caballero.
Em 2008, a CIA localizou Reyes num acampamento no Equador, a pouco mais de 1,5 quilômetro da fronteira com a Colômbia. “Foi uma descoberta incômoda para a Colômbia e os EUA. Realizar um ataque significava que pilotos colombianos em aviões colombianos destruiriam um acampamento usando bombas construídas nos EUA e com um cérebro eletrônico controlado pela CIA”, destacou oWashington Post.
Em 2010, os EUA repassaram à Colômbia os códigos de criptografia das bombas inteligentes.
Guerrilheiros
Um tribunal do Estado da Virgínia, nos EUA, solicitou em novembro que a Colômbia extradite dois membros das Farc que fazem parte da equipe que negocia com o governo de Juan Manuel Santos em Havana, segundo reportagem da edição desta sexta-feira do jornal colombiano El Tiempo. Os guerrilheiros Omar Retrepo e Adán Jimenez seriam responsáveis pela “Frente 36″ das Farc no Departamento (Estado) de Antioquia, no norte da Colômbia, e são acusados de tráfico de armas e de drogas, segundo documentos da Procuradoria-Geral da Colômbia, citados pelo jornal.
Em 2012, o presidente Santos baixou decreto que suspendeu todas as ordens de captura de membros das Farc que façam parte da equipe de negociação. O texto não suspende, porém, ações penais em andamento.
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