Diplomacia e Relações Internacionais
Era uma vez um BRIC que fez tilt, e depois estilhacou - Marcos Troyjo
Brics vs. Mint
Marcos Troyjo
FOLHA DE S. PAULO
Sexta-feira, 29.11.13
Se países não têm boa performance, gestores mudam seu foco para outro grupo e assim por diante
Habita o futuro da economia global grande população de acrônimos. Bric, Brics, Ibas, N-11, Mist. E agora, Mint (conjunto de México, Indonésia, Nigéria e Turquia). É a novasigla elaborada por Jim O' Neill, primeiro formulador da ideia de Bric.
Por que essas siglas surgem aos montes? A aposta nos mercados de maior crescimento no futuro às vezes é jogada de marketing. Sofisticados fundos são montados por bancos de investimento quando um grupo de países está prestes a arremeter. E esses fundos ajudam na decolagem --percebida e real.
Foi o que aconteceu com o Bric a partir de 2001-2003, quando se organizaram os primeiros produtos financeiros agregando numa mesma cesta papéis desses países. Tudo isso é legítimo e faz parte do jogo.
Se países não têm boa performance, gestores mudam seu foco para outro grupo e assim por diante. Aqui, o termo forte é "mercados emergentes", e o desempenho é medido sobretudo em matéria de retorno sobre investimentos.
O "Bri" (Brasil, Rússia e Índia) de Bric tem decepcionado com crescimento baixo e imobilismo político. Excetuando-se a China, a média de crescimento recente do Mint é bem superior à do Bri. E o Mint apresenta ainda melhores perspectivas em termos de bônus demográfico.
Há também o tema da institucionalização de novos agrupamentos político-econômicos. Aqui, ao contrário do que supunham os céticos, os Brics (acrescidos de África do Sul) têm conseguido consistência. No ano que vem, em Fortaleza, realizarão sua sexta cúpula de chefes de governo.
Possuem densa agenda comum --com grupos de trabalho em áreas como saúde pública ou combate ao terrorismo. Lançam em breve o NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), com capital de US$ 50 bilhões para infraestrutura. É irreal supor que o Mint venha a percorrer processo de construção institucional semelhante ao dos Brics.
A questão mais importante, no entanto, diz respeito ao conceito de "potências emergentes". É algo mais abrangente do que o critério majoritariamente financeiro com que se abordam "mercados emergentes".
É por isso que, quando surgem novos siglas a denotar o dinamismo das nações, logo se pergunta: "Brics são coisa do passado e serão substituídos pelo Mint?".
O maior risco para os Brics não vem de um outro acrônimo da moda. O perigo é o descolamento da China como superpotência a pactuar-se mais com EUA e Europa do que seus parceiros emergentes.
Pequim e Bruxelas iniciaram conversações para acordo de comércio e investimentos. Prosseguem tratativas entre Pequim e Washington para um acordo bilateral ou algo no âmbito da Parceria Transpacífico, que envolve também outros atores de Ásia, Oceania e América do Sul.
Focalizada em objetivos maiores, a China pode utilizar a plataforma Brics de forma decorativa. Isso será ruim para o Brasil.
Saltará aos olhos nossa ingênua aposta na OMC e na Cooperação Sul-Sul. Seremos cada vez mais percebidos como potência intermediária de crescimento insatisfatório, nenhum apetite para reformas e governo disfuncional.
loading...
-
Bric, Brics, Bric-a-brac: Russos Dispoem Do Grupo A Seu Bel Prazer... (bloomberg)
Que gracinha: os russos não gostam do nome, e querem ampliar o grupo, para algo bem maior. Que tal "Bric-à-Brac"? Paulo Roberto de Almeida BRICS Rússia pede ampliação do Brics e novo nome Em Moscou, diplomatas veem adesão de novos membros em até...
-
Imprensa Continua A Se Impressionar Com Palavras: Brics (mas Nada Alem De Letras...)
‘O Brasil tem que redescobrir as reformas’, diz criador do termo Bric•O’Neill nega crise em emergentes e diz que Brasil se distrai com Copa e Olimpíadas•Economista sugere ajustes no país para incentivar investimentos do setor privado•LUCIANNE...
-
Os Brics E A Idiotice Jornalistica (ou Dos Jornalistas) - Reflexao Pra
Cada vez mais eu me surpreendo, com perdão dos leitores que se enquadram na categoria, com a debilidade mental de certos jornalistas. Minha surpresa é com amálgamas indevidos, como o que vem ocorrendo ultimamente com os Brics. Por exemplo, com matérias...
-
Bric Ma Non Troppo: A Falta Que Faz Um C...
Do tijolo ao queijo, uma trouvaille que faz todo sentido: Brics de uma letra só PEQUIM - O conglomerado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) soa como tijolo em inglês (brick), sinônimo de solidez. Mas é só tirar o C de China que vira um queijo...
-
Brics Plus: Pronto, Virou Bagunca...
Criador do Bric quer incluir no grupo México e mais 3 países Sílvio Guedes Crespo Blog Estadão Economia, 17 de janeiro de 2011 O economista Jim O’Neill, criador do termo ‘Bric’, sigla para Brasil, Rússia, Índia e China, quer acrescentar mais...
Diplomacia e Relações Internacionais