Uma licao de economia: primeiro, vincular fatos a causas
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Uma licao de economia: primeiro, vincular fatos a causas


Um Anônimo -- essa mania de se esconder é indicativo de fraqueza, vergonha, incerteza, dúvidas pessoais, ou o quê?; pensam que eu vou triturar o crítico? -- me escreve a propósito deste post: 

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "As duas vias da América Latina: protecionismo e in...": 
Não entendo essa tendência de ver o Brasil como fechado, em quanto é obvio que nem os Estados-Unidos nem a União Européia são mercados abertos.
Entendo o posicionamento liberal do senhor, mas Washington despreza Milton Friedman e Hayek mais ainda do que Brasilia.
O Brasil tem varios problemas internos, não precisa de problemas externos.
É so ver a situação da Estonia hoje, ultraliberal : quase perdeu 20% do PIB na crise. 

Meu único comentário -- pois não tenho tempo para dar um lição de economia em que se mostra ignaro de certos fatos elementares, mas nem é minha função, ou a missão deste blog, fornecer aulas de qualquer coisa para curiosos de passagem -- seria curto, apenas uma síntese:


A primeira tarefa de quem pretende aprender qualquer coisa seria a de se desembaraçar de crenças e opiniões e se ater a fatos, objetivos, mensuráveis, dados da realidade, e, seguidamente, de vincular certos fatos a determinadas causas. Como disse um filósofo pedestre, as consequências sempre vêm depois, ou seja, determinados fatos, que podem ser causa de determinados processos produzem consequências.
Em economia, certos fatos são estabelecidos a partir de dados objetivos da realidade, não de opiniões, muito menos de teorias de autores, mesmo economistas famosos. Portanto, deixemos esses personagens de lado.
Vejamos: 
1) "tendência de ver o Brasil fechado"? Tendência???!!!
O Anônimo desconhece estatísticas comparadas de coeficientes de abertura externa. Mas ele pode aprender o que é isso, e ver como o Brasil se situa em relação a outros países.
Se ele quiser estabelecer uma correlação linear, verá que os países mais abertos são os mais ricos (com uma ou outra exceção, que tem a ver com outros fatores, o que não impede que os países, mesmo com baixo coeficiente, sejam abertos ao comércio internacional).
2) Segundo o Anônimo, o Brasil tem suficiente problemas internos, assim pode escolher ficar afastado de problemas externos. 
Bem, aqui não se trata de uma questão de economia, mas de lógica elementar. Existem livros para isso também. Não preciso indicar.
3) "A Estônia perdeu 20% do PIB porque era neoliberal". (sic)
My God, o simplismo se juntou à ignorância dos fatos para estabelecer uma das correlações mais estúpidas que já escutei.


Contra argumentos de certos Anônimos, não existem fatos que os recusem.
A fé dos Anônimos na sua própria ignorância só perde para a pachorra que têm de me escrever para desmentir meus fatos, substituindo-os pelas suas próprias crenças e pelas que acham que supostamente eu mantenho.
Como sempre faço, minha única recomendação seria esta: mais estudo, mais livros, menos bobagens tupiniquins, mais leituras de boa qualidade com o que nos vem de fora (não da mesma tribo, claro).
Paulo Roberto de Almeida 



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