Coitada da Estonia: do tamanho de Campinas...
Diplomacia e Relações Internacionais

Coitada da Estonia: do tamanho de Campinas...


Um Anônimo, sábio o suficiente para permanecer anônimo, me manda o seguinte comentário a propósito deste post meu (que aliás, já tinha sido objeto de um exchange anterior sobre o mesmo assunto, pois o ilustre desconhecido achava que a Estonia tinha quebrado por que foi neoliberal demais, sem explicar como, por que, e em que condições o neoliberalismo estoniano conseguiu produzir tamanho estrago na economia daquele país, uma queda de 20% do PIB em 2009).
Agora ele escreve isto, em outro post meu, referenciado: 

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Coitada da Estonia: ultraliberal e crescendo...": 
A Estônia eh do tamanho de Campinas. 

Pois bem, comento novamente (PRA):

Como diriam os ingleses: so what?
E daí? Qual a diferença isso faz?


Faz alguma diferença para a inteligência do nosso anônimo que ele tenha 1,5 metro de altura, 1,90 ou 2,20 metros?
Faz alguma diferença para a consistência (ou falta de) de seus argumentos que ele calce 38, 41 ou 43?
Faz diferença que ele pese modestos 55 quilos, 85 ou 120 quilos?
So what?


Qual é o problema da Estonia ser do tamanho de Campinas?
Suponho que ele esteja dizendo isso pelo tamanho da população.
E se a população "campineira" da Estonia tiver uma renda per capita três vezes superior à da população "estoniana" de Campinas?
Será que isto faz alguma diferença para o nosso anônimo comentarista preocupado com o tamanho da Estônia?
Será que as pessoas e os dirigentes da Estônia pensam pequeno, de forma medíocre, apenas porque o país é pequeno? Será que as políticas macro e micro da Estonia são tão pequenas que precisamos de uma lupa para enxergá-las?
Mas, então isso vale também para Campinas, de onde talvez venha nosso anônimo comentarista, e será que é por isso que a cidade não vai para a frente, já que todo mundo ali pensa pequeno, do tamanho da Estônia, ou seja, sem importância nenhuma no plano mundial?
Será por isso que Campinas tem a maior concentração de keynesianos do Brasil, a maior densidade demográfica de "desenvolvimentistas" de todo o planeta?
Será que foi por isso que assassinaram um prefeito da cidade?
Não posso crer.


Acho que tamanho não é documento, como diz um velho ditado.
Tamanho, de qualquer coisa, não define a qualidade de nada, absolutamente e rigorosamente de nada.
Se fosse válido o argumento, então os EUA , a China e Índia seriam a maior maravilha do mundo, e o Lietchenstein, Mônaco, Dinamarca e Luxemburgo umas porcarias comparáveis à Somália, ou a Etiópia, que, aliás, não é lá tão pequena assim.
Se tamanho fosse documento em matéria de políticas econômicas, só países grandes teriam boas políticas econômicas, e os pequenos poderiam se contentar com meros improvisos, política feita "nas coxas", de respostas puramente setoriais (como aliás fazem alguns, por aqui).


Onde o nosso comentarista pretendeu chegar com esse desprezo pelo tamanho da Estonia?
Será que quis dizer: deixa prá lá, eles são tão pequenos que nunca poderão servir de referência econômica para um país tão grande como o Brasil?
Portanto, já estamos sabendo: não precisamos do neoliberalismo da pequena Estonia, que não nos serve para nada. Podemos viver muito melhor com o nosso keynesianismo tupiniquim, nosso desenvolvimentismo campineiro, nosso estatismo gigantesco, pois assim estamos muito melhor...


O nosso comentárista acha que tamanho define a qualidade das políticas econômicas.
Acho que ele precisa ler Keynes novamente.
O velho mestre de Cambridge não seria tão primário a esse ponto, tão indigente intelectualmente que se colocasse no papel, ele, o representante de uma ilha de meros 35 milhões de habitantes, dar conselhos a um gigante continental como os EUA, que na sua época já tinham 100 milhões de habitantes.
Como Keynes ousaria fazer isso? Aplicar políticas de uma mísera ilha, "que Deus na Mancha ancorou", num país das dimensões gigantescas, como os EUA?
Ora vejam, olhe o seu tamanho, diria Roosevelt.  Ponha-se no seu lugar, ô seu nânico...
Recolha-se à sua insignificância...
Paulo Roberto de Almeida 



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