Voce percebe que ja vive num pais fascista quando... - Carlos Alberto Sardenberg
Diplomacia e Relações Internacionais

Voce percebe que ja vive num pais fascista quando... - Carlos Alberto Sardenberg


O título não é do Sardenberg, mas meu, embora ele permite visualizar claramente o que significa viver num país fascista. O fascismo é quando o Estado manda em você, certo? Simples assim.
Não vem com aquela conversa de milícias armadas, partido único, ditador de opereta fazendo discursos ridículos num balcão (mas podemos ter discursos ridículos pela TV igualmente).
Em sua essência, o fascismo é aquilo que disse Mussolini: tudo no Estado, tudo com o Estado, nada fora e nada contra o Estado.
O Brasil por acaso é diferente disso?
Se acharem, leiam o artigo abaixo, do Sardenberg.
Para mim, isso já é fascismo...
Não sei como os empresários aguentam, enquanto classe, corporação, serem mandados por um bando de políticos corruptos e de dirigentes incompetentes. Eles têm o poder de parar com isso.
Por isso volto ao tema da Fronda Empresarial.
Mas acho que a maioria é muito covarde para pensar numa revolta contra o Estado.
Paulo Roberto de Almeida

Maior desânimo

O GLobo, 18 de outubro de 2013 
Carlos Alberto Sardenberg
  
A queixa se iguala: “Estamos trabalhando para os caras”. Mesmo quando não é corrupta, a burocracia tende a se tornar um fim em si mesma
Começou com um ouvinte do programa CBN Brasil, que se apresentou como pequeno empresário da indústria e fez uma espécie de consulta: que tal se ele vendesse a fábrica, o que lhe daria uns R$ 3 milhões, e passasse a viver de aplicações financeiras, hoje em fundos imobiliários?
Por que faria isso se, como ele mesmo disse, a fábrica ia bem e dava dinheiro?
Por cansaço e desânimo, respondeu. Contou então que, como pequeno empresário, precisa estar em cima de tudo, da produção à contabilidade, das vendas aos fornecedores. E que ele não aguentava mais a trabalheira, não na produção de suas peças, mas na burocracia em volta, na dificuldade da gestão.
Colocamos a história no ar, na última terça-feira, Mara Luquet comentou, e imediatamente começamos a receber e-mails com casos parecidos. Alguns deles reclamavam da queda de atividade em seus setores — como um rapaz produtor de parafusos e outras peças para portas de vidro, com vendas em queda por causa do declínio da construção civil.
Mas mesmo esse dizia que ainda estava no lucro. Na verdade, como os demais, também estava mais cansado da trabalheira, digamos, institucional: lidar com as leis e regulamentos, suas autoridades, os tribunais, os fiscais, o pessoal do Fisco. É o maior desânimo, explicava um fabricante de roupas, também jovem, empreendedor: “Parece que a gente não trabalha no negócio, trabalha para os outros que ficam ali… atrapallhando”.
Parecia a esses empreendedores, da economia real, que a vida de investidor financeiro, rentista, era mais fácil e mais segura.
Estava com isso na pauta quando escuto, pela tevê, o comentário de um dos chefes do crime em São Paulo, grampeado numa conversa com um colega: “Tô no maior desânimo, irmão, só trabalho para os caras; neste ano, já paguei uns 700 contos pra eles”.
Sim, são situações bem diferentes. Não estamos nem de longe comparando empreendedores honestos com empresários do crime. Mas reparem: nos dois casos tem uma falha do Estado e das instituições. No primeiro, a burocracia (no sentido amplo) atrapalha uma atividade legal e produtiva, que deveria ser facilitada; no segundo, atrapalha uma atividade ilegal que deveria ser coibida, mas é preservada exatamente para dar lucro a agentes do Estado.
A queixa se iguala: “Estamos trabalhando poara os caras”. Mesmo quando não é corrupta, a burocracia tende a se tornar um fim em si mesma. Quando se chega a esse ponto, ela não existe mais para regular e controlar a atividade legal ou coibir a ilegal, mas a atividade privada, qualquer que seja, só existe para dar sentido (e vantagens) à burocracia e seus agentes.
A que ponto chegamos: o fabricante de parafusos e o distribuidor de cocaína no maior desânimo…



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