VEJA.com, 9/03/2015
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, emitiu um decreto presidencial nesta segunda-feira declarando a Venezuela uma “ameaça à segurança nacional”, impondo sanções a sete pessoas e expressando preocupação sobre o tratamento do governo venezuelano com opositores políticos. “Autoridades venezuelanas do passado e do presente que violam os direitos humanos de cidadãos venezuelanos e se envolvem em atos de corrupção não são bem-vindos aqui, e agora nós temos as ferramentas para bloquear seus bens e seu uso dos sistemas financeiros dos EUA”, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
A Casa Branca está “profundamente preocupada com a escalada da intimidação contra a oposição promovida pelo governo venezuelano”, disse Earnest. Os EUA também acreditam que os graves problemas econômicos do país “não podem ser resolvidos através da criminalização dos dissidentes”.
Sobre as sanções, o secretário do Tesouro, Jack Le, afirmou que os EUA não pretendem punir o povo da Venezuela ou a sua economia, mas apenas os sete funcionários do governo venezuelano envolvidos em “violência contra manifestantes”. Ao anunciar as novas sanções, Earnest também pediu para a Venezuela libertar “todos os prisioneiros políticos”, incluindo dezenas de estudantes, e os opositores políticos Leopoldo Lopez, Daniel Ceballos e Antonio Ledezma.
Os funcionários do governo venezuelano que foram sancionados terão seus ativos e bens em território americano congelado, e não serão autorizados a viajar para os Estados Unidos. Os cidadãos americanos estão proibidos de fazer negócios com essas pessoas. O grupo inclui:os generais Miguel Alcides Vivas e Antonio José Benavides; Manuel Gregorio Bernal (ex-diretor do serviço de inteligência venezuelano), Gustavo Enrique González López (diretor-geral do serviço de inteligência venezuelano), a promotora Katherine Nayarith Haringhton Padrón, Justo José Noguera (presidente da empresa estatal CVG) e Manuel Eduardo Pérez Urdaneta (diretor da Polícia Nacional Bolivariana).
Atravessando uma grave crise econômica, política e social, o governo liderado pelo presidente Nicolás Maduro acusa a oposição de estar tramando um golpe de Estado com o apoio dos Estados Unidos e da Colômbia. A popularidade em queda livre Maduro coincide com a volta da violência contra civis, das manifestações contra seu governo e a queda dos preços do petróleo. Tudo isso acontece a poucos meses das eleições legislativas, que, pela primeira vez em muitos anos, o chavismo pode perder, mesmo com a oposição desarticulada.