Diplomacia e Relações Internacionais
Um Stalin sem Gulag, no Brasil: ainda bem...
Falta o bigode, mas a atitude e o estilo são os mesmos, sem falar do treinamento de inteligência com uma das mais duráveis ditaduras do mundo contemporâneo (e da qual ele se orgulha). Mas que se esclareça: Stalin, não porque ele não quisesse, mas por que ele não pode, e não pôde (se ouso restabelecer o uso do circunflexo, que neste caso me parece necessário).O homem, que via a si mesmo como um Richelieu do cerrado central, o grão-vizir do Planalto, o déspota do poder despótico que teriam implantado os companheiros, se pudessem, se tivessem podido (bem que eles queriam, não tenho dúvida disso), esse homem é o chefe da quadrilha, o tirano que teríamos tido -- e não tivemos, ainda bem, pois seria igualzinho a um Pinochet tupiniquim, um Fidel Castro de fancaria -- esse homem vai, finalmente, a julgamento.Talvez queira convocar (já está fazendo) as "massas" para protestar, caso seja condenado; acredito que deveria ser, a menos que alguns juízes do STF se comportem como poltrões, ou subservientes. Em todo caso, seria o último grasnar de um ganso de opereta, um candidato a líder fascista com os atributos que ele próprio acredita ser de esquerda (mas que, na verdade, cada vez mais se parece com o fascismo ordinário).Estamos próximos de uma conclusão do caso mais criminoso que a República já enfrentou, a ameaça mais grave que tivemos de uma máfia no poder (ainda não está excluída, pois já vivemos em repúbliqueta sindical, em sistema corporativo), um peronismo de botequim, daqueles bem desclassificados.A sociedade brasileira, na sua parte sã, precisa ver se consegue resistir ao abraço de afogado de um candidato a Stalin tropical. Os vendidos, e os comprados, são muitos, mas a maior parte da sociedade rejeita esse estilo truculento e tendencialmente totalitário de fazer política.Paulo Roberto de AlmeidaUm ato de desespero de José Dirceu
Editorial do Estado de S.Paulo, 13/06/2012
A partir de 1.º de agosto, o ex-presidente do PT, ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por formação de quadrilha e corrupção ativa. Pelo primeiro delito, poderá ser condenado a até três anos de prisão. Pelo segundo, a até 12. O então procurador-geral da República que o denunciou ao Supremo em 2005, Antonio Fernando de Souza, apontou Dirceu como “chefe da quadrilha” ou da “sofisticada organização criminosa” que produziu o mensalão, a compra sistemática de apoio de deputados federais ao governo Lula. A denúncia ao STF foi aceita por unanimidade. No ano passado, o atual procurador, Roberto Gurgel, ratificou o pedido de condenação de Dirceu e de 35 outros réus (dos 40 citados da primeira vez, 1 faleceu e outro fez acordo para ser excluído do processo; para 2 outros, um dos quais, Luiz Gushiken, colega de Dirceu no Ministério, Gurgel pediu a absolvição.
Dirceu alega inocência e se diz alvo histórico do “monopólio da mídia”. A imprensa desejaria vê-lo destruído não pelos seus atos no governo Lula, mas pelo que decerto ele considera ser o conjunto da sua obra como o maior líder revolucionário socialista do Brasil contemporâneo, uma espécie atípica de Che Guevara que não fez guerrilha, escapou de ser eliminado e chegou ao poder graças à democracia burguesa. O julgamento que o aguarda, disse dias atrás aos cerca de mil estudantes presentes ao 16.º Congresso Nacional da União da Juventude Socialista, ligada ao PC do B, no Rio, será a “batalha final”. Desde os tempos da militância estudantil, ele sempre se teve em alta conta. “Batalha final” é não só uma expressão encharcada de heroísmo, que pode ser usada da extrema direita à extrema esquerda, mas é consanguínea da “luta final” dos “famélicos da terra”, nas estrofes da Internacional, o célebre hino revolucionário francês de 1871.
Do alto de sua autoestima e na vestimenta de vítima que enverga, até que faria sentido ele propagar que o julgamento no STF representará o momento culminante do confronto de proporções épicas que nunca se furtou a travar em defesa de seus ideais. Mas a arena que ele tem em mente é outra - e outros também os combatentes. “Essa batalha deve ser travada nas ruas também”, conclamou, “se não a gente só vai ouvir uma voz pedindo a condenação, mesmo sem provas (a dos veículos de comunicação).” Em outras palavras, se a Justiça está sob pressão da mídia para condená-lo, que fique também sob pressão do que seria a vanguarda dos movimentos sociais para absolvê-lo. Se der certo, a voz do povo falou mais alto. Se não der, o veredicto da Corte está desde logo coberto de ilegitimidade, como se emanasse de um tribunal de exceção.
Em 2000, dois anos antes da primeira eleição de Lula, Dirceu conclamou o professorado paulista a “mais e mais mobilização, mais e mais greve, mais e mais movimento de rua”, porque eles - os tucanos como o governador Mário Covas - “têm de apanhar nas ruas e nas urnas”. Pouco depois, no dia 1.º de junho, o governador, já debilitado pelo câncer que o mataria no ano seguinte, foi covardemente agredido por manifestantes diante da Secretaria da Educação, no centro de São Paulo. Depois, Dirceu quis fazer crer que não incentivara o ataque: foi tudo “força de expressão”. Não há, portanto, motivo para surpresa quando ele torna a invocar “as ruas”. Na sua mentalidade ditatorial - em privado, desafetos petistas já o qualificaram de “stalinista irrecuperável” -, ele se esquece até do dito marxista de que a história se repete como farsa.
Como já se lembrou, o então presidente Collor conclamou a população a protestar contra a tentativa de destituí-lo. A população, especialmente os jovens, aproveitou para pedir o seu impeachment. Como também já se lembrou, hoje em dia os jovens nem sequer saem de casa em defesa de bandeiras mais nobres, a começar pelo repúdio à impunidade dos corruptos, que dirá para assediar o STF no caso do principal réu de um caso de corrupção comparável apenas, talvez, aos dos escândalos da República de Alagoas. Mas é óbvio que a tentativa rudimentar de intimidação repercutirá no tribunal. Se Dirceu não se deu conta disso é porque, como Lula já disse, ele está mesmo “desesperado”
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