Reuters, 28/10/2011
JERUSALÉM/TABA, Egito - O Egito libertou um americano-israelense que estava detido como um suposto espião e Israel liberou 25 egípcios em uma troca de prisioneiros nesta quinta-feira que irá aliviar as tensões entre os novos governantes do Cairo e os Estados Unidos e Israel.
Ilan Grapel, de 27 anos, viajou para Israel acompanhado por dois enviados israelenses nomeados pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com quem ele se reuniu no final do dia. Sorrindo, ele abraçou sua mãe, que o esperava na pista do aeroporto de Tel Aviv.
Os egípcios libertados cruzaram por terra até o deserto do Sinai, alguns deles de joelhos em uma oração de agradecimento. “Eu não posso descrever meus sentimentos hoje”, afirmou um dos egípcios libertados, Fayez Abdel Hamid, a repórteres.
O Egito prendeu Grapel em junho sob suspeita de que ele estava fora para recrutar agentes e monitorar eventos na revolta que derrubou Hosni Mubarak, um aliado de Israel e dos Estados Unidos.
O Egito prendeu Grapel em junho sob suspeita de que ele estava fora para recrutar agentes e monitorar eventos na revolta que derrubou Hosni Mubarak, um aliado de Israel e dos Estados Unidos.
Israel negou que Grapel, que emigrara de Nova York em 2005 e foi ferido como um paraquedista israelense na guerra do Líbano em 2006, era um espião. Suas ligações com Israel eram aparentes em sua página no Facebook, que continha fotos dele com o uniforme militar israelense.
Estudante de direito nos Estados Unidos, Grapel trabalhava para o Serviço de Refugiados de Saint Andrew, uma agência não-governamental, quando foi detido.
Os Estados Unidos, que concedem bilhões de dólares em ajuda militar ao Exército que agora dirige o Egito, haviam exigido a libertação de Grapel. Ele foi libertado três semanas depois que o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, visitou o Egito.
O acordo de troca mediado pelos EUA foi atingido pouco depois de um acordo diplomático mais amplo mediado pelo Egito entre Israel e o grupo islâmico Hamas que possibilitou a libertação do soldado israelense Gilad Shalit em troca de mais de 1.000 prisioneiros palestinos.
Eli Avidar, um ex-diplomata que chefiou a missão de Israel no Catar, afirmou que garantir a libertação de prisioneiros egípcios poderia ajudar os novos líderes do Cairo nacionalmente.
“O governo egípcio precisa disso para o seu prestígio”, disse ele na televisão israelense.
Israel é amplamente impopular no Egito, que assinou um tratado de paz com seu vizinho do norte em 1979.