Diplomacia e Relações Internacionais
Republica companheira (2): Petrobras dos prejuizos S.A.
Parece que os companheiros não gostam de lucros: companhias públicas, para eles, tem de dar prejuízos, supostamente para beneficiar o público. Acaba afastando acionistas, e levando a companhia para o buraco. Eles sempre foram assim: primeiro preocupações supostamente sociais, depois os resultados econômicos. Acabam produzindo resultados negativos nas duas frentes...
Paulo Roberto de Almeida
Alívio passageiroEditorial
Folha de S.Paulo, 31/01/2013
Há quase sete anos, em abril de 2006, num prenúncio da euforia com as descobertas do pré-sal, o então presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, enterrou R$ 37 milhões numa campanha publicitária laudatória da autossuficiência alcançada pelo país.
De lá para cá, o entusiasmo evaporou, assim como os resultados da Petrobras. A instrumentalização da maior empresa do país como arma de propaganda governista deu no que não poderia deixar de dar: deterioração acelerada do desempenho da companhia.
Não só a autossuficiência não livrou o Brasil do deficit na balança comercial de combustíveis como o país vem importando quantidades crescentes deles --sobretudo gasolina, que é vendida no mercado interno por preços inferiores aos do mercado internacional, defasagem que causa prejuízos bilionários à petroleira.
Não é com o aumento da gasolina e do diesel para distribuidores (6,6% e 5,4%, respectivamente) anunciado anteontem, contudo, que a Petrobras se verá livre da sangria. O reajuste ficou longe de zerar a defasagem. As estimativas variam, mas ela ainda estaria, após a alta, na faixa de 7% a 15% de diferença entre os preços domésticos e os internacionais.
O prejuízo mensal da Petrobras com esses combustíveis, calculado em cerca de R$ 2 bilhões, cairia para algo mais próximo de R$ 1 bilhão. Ainda assim, um subsídio considerável para seu consumo, bancado por uma empresa que deveria lutar por resultados melhores para apresentar aos acionistas.
Na segunda-feira devem ser divulgados os novos números do desempenho da Petrobras, e as expectativas são pessimistas --espera-se o anúncio de queda na produção de petróleo em 2012, por exemplo. O próprio reajuste dos combustíveis, acredita-se, teria sido um expediente para contrabalançar as más notícias iminentes.
Outro fator que explica o momento escolhido para o aumento é a inflação. O governo federal --que representa o acionista controlador da Petrobras, a União-- vinha represando o preço dos combustíveis para evitar a alta dos índices. A folga obtida com a redução das tarifas de energia elétrica, anunciada há uma semana pela presidente Dilma Rousseff, permitiu acomodar a majoração que traz algum alívio para a petroleira.
Há indicações de que Graça Foster, presidente da estatal, defendia alta maior para a gasolina, da ordem de 7,5%. Teve de contentar-se com 6,6% (que devem resultar em cerca de 4,6% para o consumidor).
Não será a primeira nem a última vez em que a Petrobras submete o interesse dos acionistas particulares aos interesses do Planalto.
loading...
-
Petrobras: Infeliz 60 Anos, Nada A Comemorar... - Adriano Pires
Estatal manipuladaAdriano PiresO Globo, 23/09/213 Nos últimos anos, em particular, a partir de 2008, o mercado em geral e os acionistas da Petrobras passaram a perceber a utilização da companhia como complemento de política econômica...
-
Petrobras: Sua Destruicao Pelo Governo Companheiro - Editorial Estadao
A asfixia da PetrobrásEditorial O Estado de S.Paulo, 8 de julho de 2013Com menos dinheiro em caixa, com a dívida crescendo e submetida pelo governo a uma política de preços de combustíveis que lhe aumenta as dificuldades, a Petrobrás está estrangulada...
-
Incompetencia Petrolifera E Gestao Irresponsavel: A Petrossauro Dos Companheiros (editorial Estadao)
Autossuficiência mais distante22 de abril de 2013 | 2h 09Editorial O Estado de S.PauloSete anos depois de o ex-presidente Lula ter anunciado com estardalhaço a autossuficiência do Brasil em petróleo, o País precisa importar combustível para...
-
Petrobras: Gestao Companheira Pode Rebaixar Classificacao De Risco
Projeção de endividamento põe nota da Petrobrás sob risco de rebaixamentoCaso as agências rebaixem estatal, empréstimos vão ficar mais caros, ações serão vendidas e capacidade de investimento será limitada 22 de janeiro de 2013 ...
-
Grande Sucesso Da Politica Estrategica Energetica: Apagao De Combustiveis
Um comentário de um colega economista: Eu não tenho nada contra as importações, muito pelo contrário. Mas o monopólio da Petrobrás não era vendido sob o argumento de que o petróleo e seus derivados são produtos estratégicos, que não poderiam...
Diplomacia e Relações Internacionais