Adaptado a partir de:
Harry Judge (ed.),
World History, from earliest times to 1800 (vol. 3)
Oxford: Oxford University Press, Oxford Illustrated Encyclopedia, 1988
p.73, China
Possui uma história registrada começando aproximadamente 4 mil anos atrás, com os Shang que se estabeleceram no vale do Huang He (Rio Amarelo).
Sob os Zhou orientais, a partir do sexto século AC, Confucio e Mencio formularam conceitos que se tornaram patrimônio da sociedade chinesa. O taoismo apareceu no terceiro século AC.
Gradualmente, a cultura chinesa se expandiu a partir do vale do Huang He. Uma forma de escrita com caracteres representando a forma das coisas mais do que sons -- estabelecida por Shi Huangdi, o primeiro senhor de uma China unificada, para ser escrita de forma unificada -- uniu um povo dividido pela geografia e por numerosos dialetos.
A partir dos Qin, o conceito de um império unificado prevaleceu, sobrevivendo períodos de fragmentação e dominação por dinastias não-chinesas, como os Yuan. Sob dinastias fortes como a dos Han e dos Tang, o poder da China se estendeu longe em direção do Ocidente, até o Turquestão, e do Sul, no Anan. A China exerceu uma poderosa influência em vizinhos, como os da Coréia e do Anan. Invasores bárbaros e dinastias estrangeiras habitualmente adotaram as tradições culturais chinesas,
As idéias do Budismo começaram a alcançar a China em torno do primeio século AD e foram progressivamente transformadas para ser assimiladas na cultura chinesa. O povo chinês, demonstrando notável inventividade, estava à frente do Ocidente em tecnologia até aproximadamente o fim da dinastia Song. Entretanto, depois da conquista Mongol o país fechou-se em si mesmo. O aprendizado, altamente valorizado desde tempos imemoriais, tornou-se prisioneiro de um estudo estereotipado dos clássicos confucianos, posto que o sucesso nos exames baseados no conhecimento dos clássicos era o meio de promoção no serviço público. Oportunamente, o estudo dos clássicos teve uma influência intelectual amortecedora.
Através da história, a China, o Império do Meio, como era chamado pelos chineses, via-se a si mesmo como superior a todos os outros povos -- uma visão partilhada pelos filósofos do Iluminismo. Os países ocidentais tentaram estabelecer vínculos comerciais com a dinastia Qin, com pouco sucesso porém. Com o enfraquecimento do poder da dinastia Qin, no final do século 18, a pressão ocidental cresceu, levando ao envolvimento direto dos ocidentais na China no século 19.
p. 333, Song
Dinastia Song (Song setentrional, 960-1126; Song meridional, 1127-1279), uma dinastia que unificou boa parte da China depois da fragmentação sucessiva à dinastia Tang. Ela nunca dominou toda a China, entretanto -- o noroeste era um reino Tibetano, e no nordeste estavam os Liao, a quem os Song pagavam tributo em seda.
Em 1125, os Jin expulsaram os Liao. Em 1125-26 cavaleiros Jin assaltaram Kaifeng, capital setentrional dos Song, e levaram o imperador e 3 mil reféns cativos na Mandchuria. Um príncipe Song, então, estabeleceu uma corte em Hangzhou. Esperando retomar o norte, ele a batizou de Xingzai (Capital Temporária).
A China meridional tornou-se o coração do império.
Em 1276, Kublai Khan capturou Hangzhou. Dois príncipes pequenos escaparam, mas quando o último sobrvivente afogou-se perto de Hong Kong, enquanto tentava escapar de uma frota mongol, toda a China, pela primeira vez, foi dominada por um poder não-chinês.
O domínio Song da tecnologia, superior ao da Europa ocidental, incluía a fabricação de armas e bombas, construção naval, o uso da bússola e da fabricação de relógios. Uma forma de vacinação (varíola) era praticada.
Também foi um período de grande sofisticação na literatura, na pintura e na cerâmica, e Hangzhou tornou-se o centro artístico da China.
p. 349, Tang
Dinastia chinesa (618-907) fundada pelo oficial Sui Li Yuan, quem primeiro estabeleceu sua dominação na China com tropas nômades comandadas por seu filho, que depois tornou-se o segundo imperador Tang, Taizong. A unificação da China começada pelos Sui estendeu-se. Exércitos chineses penetraram na Ásia centrao, na Coréia e no Anan. Até sua derrota contra os árabes em 751, perto do rio Talas, no Turquestão ocidental, os Tang dominaram o maior império do mundo e seus navios viajavam tão longe quanto Aden.
A imprensa foi inventada, e a pólvora manufaturada para artefatos de fogo.
Estados vizinhos, notadamente Coréia e o Japão, desejavam fazer de suas pátrias réplicas da China.
Depois do reino de Minghuang, e da rebelião abortada de An Lushan, em 755, começou a decadência. Invasões nômades e revoltas levaram generais ao poder, que controlavam forças regionais. Quando o último imperador abdicou, seguiu-se a fragmentação sob dinastias efêmeras.
Sob os Tang, a China foi inicialmente um Estado altamente centralizado. Um sistema eficiente de canais aumentou o transporte fluvial, e um bom sistema de estradas ligava as capitais proviincias com a capital, Xi'an (Chang'an), que era, provavelmente, a maior e mais cosmopolita cidade do mundo no século 7. Situando-se no final da rota da seda, ela atraia mercadores da Pérsia, Arábia, e de outras partes da Ásia. Os Tang foram especialmente notáveis pela escultura e pela pintura.
p. 349, Taoismo
Um dos maiores sistemas religiosos e filosóficos da China (o outro sendo o confucianismo), fundado tradicionalmente por Laotse, no sexto século AC. O conceito central e o objetivo é o tao, um termo elusivo denotando a força inerente da natureza e, por extensão, o código de comportamento que está em harmonia com a ordem natural.
Sua escritura mais sagrada é o Daodejing (Tao Te Ching), também chamado Laotse), atribuído a Laotse.
Um culto popular surgiu posteriomente. Numerosos deuses, dos quais o imperador de Jade tornou-se o chefe, foram vinculados a ele. A ele foram agregados monastérios e sacerdotes. Associou-se com práticas mágicas e inpirou rebeldes -- por exemplo, os Turbantes Amarelos, sob os Han.
Alquimistas taoistas tentaram transformar cinábrio em cobre e descobriram o magnetismo e como fazer a pólvora.
Oportunamente, o Taoismo e algumas seitas budistas tornaram-se praticamente indiferenciados. O Taoismo popular tomou de empréstimo o conceito de reencarnação dos budistas, mas o objetivo final não eera o nirvana, mas tornar-se "imortal".
O culto foi por vezes favorecido, em outros tempos rejeitado, pelos mandatários chineses.
p. 344, Sui
A dinastia Sui (581-618), que unificou a China depois de três séculos de fragmentação territorial, foi fundada por Yang Qien. Os primeiros dois imperadores empreenderam campanhas contra Taiwan, Anan, Champa e Srivijaya.
A Grande Muralha foi reconstruída seguindo um alinhamento diferente, e foram cavados canais, alguns que integrariam depois o Grande Canal.
Derrotas na Coréia e demandas nunca terminadas por trabalhos levaram a rebeliões. O segundo imperador fugiu; traído por uma de suas 3 mil concubinas, ele foi estrangulado.
Quando um general ambicioso Li Yuan, fundandor da dinastia Tang, tomou Chang'an (Xi'an), o último imperador abdicou.
A despeito de ter reinado por um curto período, essa dinastia estabeleceu um governo central forte, e contribuiu para o desenvolvimento da dinastia Tang.