Diplomacia e Relações Internacionais
O financiamento de longo prazo no Brasil - IEDI, Instituto Talento
A Reforma do Financiamento de Longo Prazo
Sumário
A Carta IEDI apresenta trechos de estudo recentemente concluído em parceria com o Instituto Talento Brasil e que foi apresentado na semana passada ao Ministro da Fazenda Guido Mantega e ao Presidente do BNDES Luciano Coutinho. A íntegra do trabalho pode ser acessada no site do Instituto.
Para dizer o mínimo, o financiamento no Brasil é inadequado. O crédito corrente é um dos mais caros do mundo, o que vale para as famílias, onde a taxa média de juros chega a 38,8% ao ano, e também para as empresas, que pagam em média 25% ao ano. Isto significa que os dois principais agentes econômicos carregam dívidas excessivamente inchadas pela renda capturada na intermediação financeira por intermediários financeiros e o próprio governo. Por consequência, o comprometimento da renda familiar necessário para honrar as dívidas rapidamente se torna excessivo, o que em certos momentos, como agora, retarda a evolução do crédito e restringe o aumento do consumo.
Do lado das empresas, em razão do alto custo do capital de terceiros, estas se veem obrigadas a fugir das dívidas, limitando investimentos ou balizando por meio de elevado autofinanciamento o seu acesso às linhas convencionais do sistema financeiro. Nesse sentido, as ações da atual política econômica para reduzir tanto a taxa básica de juros quanto os “spreads” bancários são importantes. Em tendo êxito, elas abrirão caminho para que um novo ciclo de crédito facilite a retomada do consumo e dos investimentos na economia.
Não se esgota nesses pontos a inadequação do modelo de financiamento. As fontes voluntárias voltadas a amparar os investimentos em capital fixo praticamente não existem internamente, o que aprofunda a dependência aos recursos oficiais e ao endividamento externo. As empresas brasileiras têm pouco acesso ao mercado de ações, o crédito bancário com recursos domésticos de prazo mais longo é escasso e é flagrante a limitação da colocação de títulos corporativos (debêntures). Para ilustrar, como proporção do PIB, o estoque de títulos corporativos em 2010 era de 20% nos EUA, 17% no Japão, 11% na Alemanha, 9% na China e 3,4% no México. No Brasil, mal chegava a 0,5%.
A conclusão é que, praticamente só no BNDES estão disponíveis fundos a longo prazo, o que é muito pouco por mais que esta instituição tenha aumentado suas operações nos últimos anos. Em razão deste deficiente modelo de financiamento o investimento e o desenvolvimento das empresas do país ficam para trás. Setores pesados da indústria e a infraestrutura são segmentos na linha de frente dentre os mais atingidos.
O estudo realizado pelo IEDI e pelo ITB procura indicar caminhos para potencializar o mercado de debêntures, antecipando oportunidades abertas com a redução da taxa Selic. É proposto um “Programa de Emissões de Títulos Corporativos Incentivados” tendo como meta a colocação de R$ 50 bilhões em debêntures de empresas de qualquer setor de atividade lastreadas em bons programas de investimento ou de pesquisa tecnológica e inovação. Esses títulos usufruiriam de incentivos fiscais já existentes (muito embora hoje restritos ao setor de infraestrutura, uma limitação que precisaria ser removida) e contariam com especial atuação dos bancos públicos para dar garantia firme a uma parcela substantiva dos lançamentos, que só seria exercida caso as emissões não sejam totalmente distribuídas aos investidores. É um passo na direção da reforma do financiamento da economia brasileira.
Íntegra em: http://iedi.org.br/noticias/elo_perdido.html
loading...
-
A Caixa Preta Do Bndes E O Suposto Sigilo Bancario - Editorial Estadao
O sigilo do BNDESEditorial O Estado de S. Paulo 28 Maio 2015 | 03h 00 O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não pode invocar o sigilo bancário para impedir que instituições...
-
Divida Externa: Ja Vimos Esse Filme Antes...
Nota liminar: um alerta de um ano atrás, que permanece inteiramente atual. Um aumento muito grande da dívida externa se dá quando existem abundantes capitais sendo oferecidos no mundo, as taxas de juros são reduzidas e as facilidades aparentes são...
-
Divida Externa: Ja Vimos Esse Filme Antes...
Um aumento muito grande da dívida externa se dá quando existem abundantes capitais sendo oferecidos no mundo, as taxas de juros são reduzidas e as facilidades aparentes são muito grandes. Assistimos isso nos anos 1970 e novamente nos anos 1990: nas...
-
Capitalismo De Estado No Brasil - Wall Street Journal
Para ''WSJ'', BNDES é responsável por aquecimento da economia Gustavo Chacra O Estado de S. Paulo, 14/06/2011 Os empréstimos com crédito fácil para grandes corporações brasileiras pelo BNDES têm sido um dos principais responsáveis...
-
Governo Tem Dinheiro Sobrando Para Financiar A Saude... (mas Ele Prefere O Bndes, Para Ricos)
Como é que o governo pretende reintroduzir a CPMF, supostamente para financiar a saúde, ao mesmo tempo em que ele corta 50 bilhões de reais do orçamento e concede 55 bilhões ao BNDES? Você não acha que estão gozando da sua cara, caro leitor? Paulo...
Diplomacia e Relações Internacionais