Nunca Antes na diplomacia? Assim e', se lhe parece... - Rodrigo Constantino
Diplomacia e Relações Internacionais

Nunca Antes na diplomacia? Assim e', se lhe parece... - Rodrigo Constantino


Apenas transcrevo, e creio que basta isso...
Paulo Roberto de Almeida

 Blogs e Colunistas
08/08/2014 às 10:47 \ Instituições, Protecionismo

A política externa em frangalhos. Ou: Nunca antes na diplomacia…

Marco Aurélio Garcia: ícone de nossa diplomacia horrorosa
As constantes trapalhadas diplomáticas do lulo-petismo têm cobrado um preço cada vez mais alto para o país. O editorial do GLOBO de hoje argumenta que a desgraça em nossa indústria tem ligação direta com as políticas externas equivocadas do governo:
A dependência crônica ao Mercosul, por opção ideológica, começa a cobrar seu preço. Bem como o erro de ressuscitar o protecionismo das décadas de 70 e 80.
O resultado tem sido manter o Brasil fora de cadeias globais de produção. Com isso, mesmo que se queira agredir outros mercados, não se tem produtos de última tecnologia, capazes de atender às exigências desses mercados. Acertos feitos para trazer montadoras, sem dar-lhes maior liberdade no uso de componentes importados, estreitam a margem de manobra da política de exportações, neste momento de retração interna e crise no maior parceiro do Mercosul.
Também começa a cobrar seu preço a falta de acordos comerciais bilaterais, em grande parte devido à subordinação, contrária aos efetivos interesses nacionais, da política externa ao viés protecionista de um Mercosul cada vez mais bolivariano.
[...]
Começam a ficar mais nítidos os prejuízos decorrentes da diplomacia de aliança cega com latino-americanos populistas e terceiro-mundistas, algo que há tempos faz parte do lixo da História.
Tenho dedicado vários textos às críticas ao nosso Itamaraty sob o petismo, justamente por compreender o enorme custo que isso representa para os “interesses nacionais”. Cheguei a sugerir que alguém escrevesse um livro inteiro sobre o assunto. Não sabia que meu desejo já havia sido realizado, e por um diplomata de primeira, que conheço há anos e respeito muito.
Estou lendo o livro Nunca antes na diplomacia…, de Paulo Roberto de Almeida, que cai como uma luva para atender a minha demanda. O livro é uma coletânea de artigos e ensaios do diplomata, tudo muito bem organizado.
Começa explicando o que seria uma postura diplomática ideal, quais suas funções, e define conceitos importantes. Em seguida, traça uma historiografia de nossa diplomacia, dividida em fases marcantes. Por fim, mergulha mais a fundo nas decisões dos últimos anos, mostrando que houve uma quebra de paradigma.
Diplomatas costumam assumir uma forma bastante cautelosa de crítica. Não Paulo Roberto. Ele adota postura totalmente independente, e pode se dar ao luxo de realmente dizer o que pensa. Eis o grande mérito do livro, além de sua capacidade ímpar de observação dos acontecimentos externos relevantes e sua bagagem cultural e intelectual.
Ainda pretendo voltar ao tema usando o conteúdo do livro, que tem agregado bastante. Por enquanto, deixo apenas uma constatação feita pelo embaixador Rubens Barbosa, que assina o prefácio, tem postura mais moderada, mas mesmo assim tem feito importantes críticas à política externa desse governo em suas colunas:
Nunca antes na história do País – e de sua diplomacia -, preconceitos ideológicos e plataforma partidária influíram tanto nas questões de competência do Itamaraty de analisar e recomendar cursos de ação para que a chefia do Executivo possa tomar decisões. [...] A marginalização do Itamaraty, sobretudo no tratamento dos assuntos relacionados aos países vizinhos da América do Sul, certamente não estaria agradando ao Barão do Rio Branco, que ensinou que “a pasta das Relações Exteriores não é e não deve ser uma pasta de política interna”.
Barbosa, meu colega de colunas no GLOBO, é presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp, e sabe bem como a nossa política externa atual, especialmente a insistência no modelo fracassado e ideologizado do Mercosul, tem feito sangrar nossas indústrias. Ele é assessor próximo do candidato Aécio Neves. Na diplomacia, como em tudo mais, o Brasil necessita de grandes mudanças!
Rodrigo Constantino



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