Licoes de Politica Economica, licoes de Historia Economica - Professora Dilma
Diplomacia e Relações Internacionais

Licoes de Politica Economica, licoes de Historia Economica - Professora Dilma


Depois das excelentes lições de Política Econômica (e de Economia Política) que tivemos, na semana anterior, mostrando cabalmente a esses incultos, temerosos e incompetentes europeus, como se pode, muito facilmente, vencer uma crise sem entrar em recessão, sem aumentar o desemprego, sem criar sofrimentos inúteis para uma população desejosa de sempre mais prosperidade, graças aos fundos públicos -- que como se sabe são sempre inesgotáveis, e fáceis de serem mobilizados, bastando dar ordens às autoridades tributárias para aumentar a arrecadação -- e que, graças à sapiência acumulada dos brasileiros em matéria de produtividade, de competitividade e de eficiência nos serviços públicos -- que, como todo mundo sabe, no Brasil, são realmente excelentes, não deixando nada a desejar aos melhores países do mundo, aos mais avançados bastiões da social-democracia europeia, benemérita e generosa, aliás melhores ainda do que naqueles países escandinavos frios --, depois de todas essas maravilhas apregoadas a gregos e goianos -- inclusive pelo ex-presidente, que como todo mundo também sabe não é doutor honoris causa (por uma carrada de universidades, e ainda virão mais) por nada, e sim por uma sapiência comprovada em matéria de gestão econômica e excelência administrativa em todos os domínios conhecidos das ciências da gestão, e da falação -- depois de tudo isso, e como se não bastasse, temos agora a nossa nova professora, cultíssima, PhD em várias coisas, dando aulas de História Econômica, para maior gáudio dos ignorantes (que somos nós, claro), que desconheciam por completo que o FMI -- uma entidade sempre perversa, amiga da recessão e da pobreza --, naqueles tempos obscuros do neoliberalismo, tinha ordenado ao Brasil interromper completamente os investimentos quando da crise da dívida externa nos anos 1980 e das crises financeiras dos anos 1990, tudo isso, obviamente, apenas para causar maior sofrimento aos brasileiros, que não tinham ainda conhecido os méritos, as vantagens e a generosidade da política econômica que veio a ser aplicada a partir de 2003, que como todo mundo também sabe, abandonou os cânones estreitos do neoliberalismo e da subserviência aos especuladores de Wall Street e aos monetaristas do FMI, para finalmente, tchan, tchan, tchan, para maior glória dos brasileiros, finalmente, enveredou pelo crescimento, pela distribuição, pelo aumento dos salários e das rendas, e das pensões das viúvas abandonadas, e dos políticos aposentados, e dos sem-terra, dos sem-teto, dos sem-emprego, dos sem-sindicatos, dos sem-vergonhas, enfim de todos aqueles que colaboram e, justamente, passaram a se beneficiar da generosidade governamental e da magnanimidade presidencial.
Ufa! Desculpem pela frase longuíssima, sem ponto no meio, a la Saramago, mas é que eu precisava, eu tinha de dar esse testemunho pessoal sobre como nós, simples brasileiros, cidadãos pagadores de impostos -- enfim, um pouco altos, mas nada nesta vida é de graça, não é mesmo, como dizia aquele americano, como é mesmo o nome dele?, there is no free lunch in this life, and in the other life also -- como nós somos felizes e realizados de contar com professores tão preclaros, tão sapientes em matéria econômica -- e em todas as demais matérias também -- que estão sempre nos ensinando, aproveitando, no meio do caminho, para corrigir a História, essa madrasta sempre enganosa, pois nos queriam fazer acreditar que tínhamos entrado em crise por nossa própria culpa, quando a culpa, comprovada, sempre foi do FMI, que nos obrigou, contra a nossa vontade, a interromper investimentos, diminuir gastos governamentais, cortas despesas inúteis, tudo isso só para nos ver sofrer, para nos diminuir, para chutar a escada que nos levaria ao mesmo desenvolvimento dos países avançados -- vejam vocês, algo que eles jamais poderiam aceitar, como eles iriam permitir que nós fossemos igualmente prósperos, e os igualassem em riqueza e consumo, eles tinham de nos manter na pobreza, para melhor nos explorar -- enfim, tudo de mau que sempre foi cometido contra os pobres nesta terra maravilhosa, e que só agora, finalmente, podemos lograr avançar, com esses professores maravilhosos que nos governam.
Ufa, uma segunda vez! Desculpem essa nova frase longuíssima, mas é que eu não pude resistir aos encantos de mais uma aula magnífica, que vai aqui reproduzida para melhor colaborar com o conhecimento de vocês.
Como escrito no alto deste blog, ele é pelas ideias inteligentes. O que de mais inteligente pode haver senão estas sábias palavras que agora vocês podem ler?
Paulo Roberto de Almeida 

Dilma critica FMI e países desenvolvidos no combate à crise

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA

Folha online, 13/10/2011
A presidente Dilma Rousseff (PT) criticou nesta quinta-feira (13) a "ingerência do FMI [Fundo Monetário Internacional]" sobre os investimentos do governo brasileiro durante os anos 1980 e 1990, quando o Brasil vivia uma crise econômica.
"Nós sabemos o quanto nós perdemos de oportunidades nas duas décadas em que estivemos sob a ingerência do FMI", declarou.
Dilma também comparou a situação de então com a atual crise dos países europeus e dos EUA.
"O Brasil passou por um momento muito difícil em 1982, com a crise da dívida soberana. A Europa passa por algo similar."
Para Dilma, falta "uma convicção política uniforme" aos líderes internacionais sobre como lidar com a atual crise econômica. "Nós já vimos uma parte desse filme. Nós sabemos o que é a supervisão do FMI. Nós sabemos o que é proibir que o país faça investimentos."
A presidente criticou a limitação dos investimentos federais imposta pelo FMI, e disse que o Brasil só voltou a crescer quando começou a investir e a incluir mais pessoas na classe média.
"É isso que nos torna fortes; esse mercado interno da proporção que nós temos."
INFLAÇÃO
Dilma disse que o Brasil irá resistir à crise econômica porque tem "bancos fortes, uma política fiscal consolidada e reservas internacionais".
A presidente afirmou que o país deve continuar "olhando a inflação com um olho e o crescimento com o outro".



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