Governo enxugando gelo, tratando dos efeitos, nao das causas - Celso Ming
Diplomacia e Relações Internacionais

Governo enxugando gelo, tratando dos efeitos, nao das causas - Celso Ming


E as questões de fundo?

25 de junho de 2013 | 2h 10
CELSO MING - O Estado de S.Paulo
Tanto o governo federal como os estaduais apressam-se a atender a algumas das reivindicações apresentadas nas manifestações que acontecem há três semanas pelo Brasil. O risco é de que se limitem a resolver apenas os problemas imediatos e não os de fundo, que são as distorções da economia, como os gastos públicos desordenados e a inflação.
Na semana passada, em ação coordenada pelo governo federal, governadores e prefeitos trataram de cancelar os reajustes da condução. Em São Paulo, por exemplo, o aumento de R$ 0,20 nas tarifas de ônibus e metrô foi sumariamente cancelado e não apenas adiado, como já tinha sido. E, ontem, o governador Geraldo Alckmin antecipou-se às manifestações e tratou de cancelar novo reajuste do pedágio.
Além disso, a presidente Dilma, governadores e prefeitos se dispuseram a dialogar com as lideranças dos movimentos para terem melhores condições de atender às reivindicações. Paralelamente a essas iniciativas, aumenta a pressão para resolver as principais questões políticas mostradas pela rua, como a falta de representação dos jovens e das novas classes médias nos fóruns de decisão política e econômica. Daí as inúmeras declarações de que deva ser necessário apressar a reforma política, pleito com que ainda no período Lula o governo já se havia comprometido, mas ao qual não deu seguimento.
São providências necessárias e, até certo ponto, inadiáveis. Portanto, têm de ser levadas adiante. No entanto, infelizmente, não se vê a mesma disposição das autoridades em atender às mais importantes questões econômicas de fundo, que são as causas do descontentamento.
No discurso de sexta-feira em cadeia de rádio e TV, a presidente Dilma não se referiu a nenhuma das questões econômicas que permeiam a falta de confiança e a insatisfação da sociedade.
É óbvio que os reajustes das tarifas de condução não são o problema principal. Ele está na inflação que impôs os reajustes. A inflação, por sua vez, voltou a disparar em consequência de outros desajustes, sobre os quais até mesmo o Banco Central tem se manifestado reiteradamente e que permanecem sem resposta.
No pronunciamento de sexta-feira, a presidente Dilma não fez nenhuma referência, nem explícita nem implícita, às causas econômicas dos atuais distúrbios políticos e sociais. Isso não significa que as ignore. Mas, à falta desse foco, a sociedade corre o risco de que as doenças subjacentes permaneçam sem tratamento.
A simples eliminação dos reajustes da condução e do pedágio, por exemplo, tende a aprofundar os atuais desequilíbrios orçamentários. As receitas serão mais baixas e as subvenções tendem a aumentar. Como o impacto sobre a atividade econômica tende a ser ainda mais acentuado pelo crescimento mais baixo, as receitas públicas sofrerão ainda mais. E, se a tudo isso se juntar a crescente deterioração da confiança no governo, então estamos diante de um quadro que exige bem mais atenção das autoridades do que a que vem sendo dispensada. Ontem, a presidente Dilma anunciou a amarração de um Pacto de Estabilidade Fiscal. Pode ser um bom recomeço, embora não se saiba ainda o que isso significa.



loading...

- Fracassos De Um Governo Que Nao Acredita Em Setor Privado - Celso Ming
FalhouO Estado de S.Paulo, 16 de setembro de 2013 | 20h00Celso Ming A principal fonte das apreensões que cercam mais um malogro em leilões de concessões de serviços públicos é a reação imatura do governo federal, que reflete despreparo.Não...

- Total Falta De Confianca Na Politica Economica Esquizofrenica - Celsoming
Confiança abalada Celso MingO Estado de S.Paulo, 31/07/2013 Em dois dias, três índices diferentes, medidos por institutos diferentes, apontaram para uma forte redução da confiança no governo por parte do consumidor, da indústria e do comércio.Há...

- Uma Unica Certeza: Vai Piorar - Carlos Alberto Sardenberg
ECONOMIAVai piorarCarlos Alberto SardenbergO Globo, 11.07.2013Deu na coluna de ontem do Ilimar Franco (Panorama Político): prefeitos relataram que estão com dificuldade de contratar empresas de ônibus; as concessionárias não têm se habilitado...

- Keynesianos De Botequim E Seus Mata-burros Ideologicos - Celso Ming
Boa expressão a deste colunista: mata-burros ideológicos. São as travas mentais dos companheiros keynesianos, que não conseguem ir além dos rudimentos de medidas "sociais" que supostamente defendem e que praticam essa política econômica caolha,...

- Brasil: Voluntarismo Em Politica Economica (nao Costuma Dar Certo...)
Da coluna diária do jornalista gaúcho Políbio Braga (1/02/2013): Dilma adota o modelo kirschnerista de combate à inflação. É tudo puro voluntarismo econômico Nesta sexta-feira, o ex-deputado, ex-prefeito do Rio e ex-secretário da Fazenda de Brizola,...



Diplomacia e Relações Internacionais








.