A presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta segunda-feira, que o Brasil quer se tornar parceiro “de primeira ordem” de Cuba. Junto com o presidente cubano Raúl Castro, a presidente inaugurou a primeira fase do Porto de Mariel, localizado a 40 quilômetros de Havana. Ela anunciou novos investimentos do Brasil no porto: um financiamento de US$ 290 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - recursos que se somam aos US$ 802 milhões, que segundo a presidente, o país já investiu na primeira fase. A presidente Dilma criticou o embargo econômico que os Estados Unidos impõe à Cuba.
- Na segunda etapa vamos financiar US$ 290 milhões para a implantação da zona especial de desenvolvimento de Mariel, que se tornará peça chave do desenvolvimento econômico cubano. Várias empresas brasileiras têm se manifestado grande interesse em instalar-se na zona especial. E, neste momento, estamos organizado uma missão empresarial a Cuba. O Brasil quer tornar-se parceiro econômico de primeira ordem para Cuba - disse a presidente em seu discurso.
- Laços profundos unem os nossos países, um sentimento de amizade aproxima nossas sociedades. O Brasil acredita e aposta no potencial humano e econômico de Cuba. Mesmo submetido a injusto embargo econômico, Cuba gera um dos três maiores volumes de comércio do Caribe - disse.
A presidente ainda aproveitou para comentar o programa Mais Médicos, que já conta com 7,4 mil médicos cubanos. A partir de amanhã uma nova equipe de 2 mil médicos cubanos começa a embarcar para o Brasil.
- Queria aproveitar para agradecer ao governo e ao povo de Cuba pelo enorme aporte ao sistema brasileiro de saúde por meio do programa Mais Médicos - disse. - A participação dos médicos cubanos é amplamente aprovada pelo povo brasileiro e é prova efetiva da solidariedade e cooperação dos dois países - afirmou Dilma.
A partir desta terça-feira, mais dois mil médicos cubanos desembarcam no Brasil, no terceiro ciclo do programa Mais Médicos. Cerca de 5,4 mil profissionais cubanos já estão no país trabalhando pelo programa. Segundo divulgou o Ministério da Saúde na semana passada, nessa terceira seleção 2.891 profissionais foram escolhidos, incluindo os cubanos, provenientes da cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Os cubanos vão cursar o módulo de acolhimento e avaliação do programa em treze capitais. A previsão é que esses profissionais comecem a atuar nos municípios em março, após passarem por avaliação. Ainda não está definido onde eles vão trabalhar.
Com esses novos médicos, somados aos que já estão atendendo a população nos municípios, são 9,5 mil médicos já selecionados pelo Mais Médicos.
A presidente destacou que a parceria com o país traz grandes possibilidades de desenvolvimento industrial conjunto, no setor de saúde, medicamentos e vacinas. A presidente elogiou o setor produtivo desses itens em Cuba.
- Acreditamos que estimular essa parceira é aumentar o fluxo bilateral de comércio. São grandes as possibilidades de desenvolvimento industrial conjunto, no setor de saúde, e medicamentos, vacinas nos quais a tecnologia de ponta é dominada por Cuba – disse Dilma.
Ainda nesta segunda-feira, em uma agenda paralela à visita de Dilma, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, vai assinar com autoridades cubanas da área da saúde acordo de cooperação sobre fármacos. Na ocasião, será feita uma cerimônia simbólica de despedida dos médicos cubanos que embarcam rumo ao Brasil e chegam nesta semana. O futuro ministro da Saúde, Arthur Chioro, também participará da cerimônia.
O Porto de Muriel é o primeiro terminal de contêineres do Caribe. E a partir de agora se torna o terceiro maior porto da América Latina com capacidade para receber cerca de 1 milhão de contêineres. Segundo o governo brasileiro, o investimento serviu para contratação de bens e serviços de 400 empresas brasileiras.
- A amizade que nos une nutre-se de interesses comuns, identidade cultura, diálogo e cooperação. Esse porto que inauguramos hoje será o símbolo dessa amizade duradoura. O Brasil orgulha-se por associar se a Cuba nesse que é o primeiro porto terminal de contêineres do Caribe a integrar-se a cadeia oceânica, acolher embarcações e movimentar uma carga de 1 milhão de contêineres – afirmou.
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