Eleicoes 2014: a reeleicao da soberana traz instabilidade aos mercados - Reinaldo Azevedo
Diplomacia e Relações Internacionais

Eleicoes 2014: a reeleicao da soberana traz instabilidade aos mercados - Reinaldo Azevedo


Dilma consegue o inédito: a possibilidade de reeleição é que é vista como risco de instabilidade
A presidente Dilma Rousseff (PT) está logrando um feito verdadeiramente inédito. Nunca antes na história deste país, a possibilidade de reeleição do governo de turno gerou turbulências no mercado. Acontecia justamente o contrário: era a perspectiva de mudança que gerava intranquilidade. Negociantes, no melhor sentido da palavra, aceitam correr riscos, sim. Mas gostam de regras — e de regras conhecidas. A suspeita de que qualquer coisa pode acontecer e de que tudo é possível tem preço — para baixo.
Em 1994 e 1998, quem despertava temores no mercado era o PT de Lula, que perdeu as duas disputas no primeiro turno. A reeleição das forças governistas representava estabilidade. Em 2002, a possibilidade de o petista vencer a disputa custou caro ao país. A especulação passou a comer solta, a inflação disparou, e o país teve de recorrer ao FMI — uma solução negociada com os companheiros, diga-se. Por quê?
Mesmo com a “Carta ao Povo Brasileiro”, em que o partido prometia seguir as regras de mercado, respeitar contratos e não dar calote em ninguém, havia uma grande e justificada desconfiança. Afinal, o PT passara 21 anos prometendo intervir na economia com mão forte — e não se descartava calote por lá nem da dívida interna nem da externa. Antonio Palocci se encarregou de evidenciar, no primeiro ano de sua gestão, que aquela conversão à realidade era para valer. A tensão passou.
Nas eleições de 2006 e 2010, esse era um não-assunto. Vencesse Dilma, Alckmin ou Serra, ninguém antevia grandes problemas pela frente. Aliás, se vocês recuperarem o noticiário da disputa em 2010, encontrarão alguns cretinos, fingindo-se de fundamentalistas de mercado, mas atuando como esbirros do PT, a falar, creiam, de um tal “risco Serra”.
Ou por outra: nas disputas de 1994, 1998, 2002, 2006 e 2010, o governismo nunca foi encarado como risco pelo mercado. Ela era sempre a solução — porque, reitero, os agentes econômicos preferem a certeza de turbulência às incertezas da escuridão.
Nesta quinta, acreditem, o mercado reagiu bem à derrota da Seleção Brasileira para a Alemanha por 7 a 1 porque considerou que isso eleva a possibilidade de Dilma perder a eleição. A Bolsa no Brasil se descolou do mercado internacional, que teve um mau dia: no fim da sessão, o Ibovespa fechou em alta de 1,79%, aos 54.592,75 pontos, maior patamar desde 20 de junho (54.638,19 pontos).
E olhem que o Ibovespa resistiu até a indicadores ruins. Segundo o IBGE, a produção industrial recuou em sete dos 14 locais pesquisados de abril para maio. Os destaques foram as retrações verificadas no Amazonas (-9,7%), Bahia (-6,8%) e Região Nordeste (-4,5%).
Nunca antes na história “destepaiz”, a possibilidade de reeleição do governo foi encarada como um risco.



loading...

- Eleicoes 2014: Desanimo E (des)esperanca - Merval Pereira
Ou, poderia ser uma sequência de umasérie tipo Máfia I, Máfia II, III, etc. Paulo Roberto de Almeida  Desânimo e esperançaMerval Pereira, O Globo, 13/08/2014Entra eleição, sai eleição, tão certo quanto a noite chega ao fim do dia, as campanhas...

- Os Mercados E O Governo Companheiro: Desafinidades Eletivas? - Paulo Roberto De Almeida E Reinaldo Azevedo
Desde sempre, com seus economistas esquizofrênicos e seus ideólogos stalinistas (pelo menos em intenção, e ainda bem que sem Gulag, como digo sempre), o governo dos companheiros tem um problema com os mercados. Um só não, tem vários, ou melhor...

- Malditos Paulistas Reacionarios - Folha, Reinaldo Azevedo
SP não quer saber de Dilma! Desde 1989, PT venceu eleição presidencial no Estado uma única vezReinaldo Azevedo, 9/06/2014Leiam o que informa a Folha. Volto em seguida. Tem um lugar no Brasil onde 61% dos eleitores afirmam que não votariam...

- Eleicoes 2014: O Fantasma, Cada Vez Mais Concreto, Da Derrota
Companheiros estão apavoradas, não exatamente com a derrota da soberana, de quem nunca gostaram (e no fundo rejeitam, como uma arrivista intrometida, que jamais foi da tribo), mas com a perda da boquinha, das prebendas, da boa vida, enfim. Vão ter...

- Eleicoes 2014: Transferencia De Votos E Prognosticos Com Base Em Pesquisas De Opiniao - Alberto Carlos Almeida
A avaliação do governo Dilma está no limboAlberto Carlos AlmeidaValor Econômico, 4/04/2014 César Maia reapareceu. Durante 2009 e no início de 2010, ele defendeu o argumento complexo e mirabolante de que Lula não seria capaz de transferir votos...



Diplomacia e Relações Internacionais








.