Diplomacia e Relações Internacionais
Educacao: melhor jogar o MEC na lata do lixo e comecar tudo outra vez...
A educação em escombros
11 de novembro de 2013 | 2h 11
Editorial O Estado de S.Paulo
Se ainda faltasse alguma prova da crise educacional brasileira, o novo relatório da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre a escassez de pessoal para a construção seria mais que suficiente. Durante muito tempo as construtoras foram uma das principais portas de entrada para o trabalho urbano. Absorviam enormes contingentes de mão de obra de baixa escolaridade e ofereciam ocupação mesmo a analfabetos. Programas de investimento em obras de infraestrutura e em construções habitacionais contribuíam de forma importante para a criação direta e para a manutenção de empregos. Hoje essa porta é muito menos ampla, porque a tecnologia mudou e a atividade requer outro tipo de trabalhador. Mas a política educacional foi incapaz de acompanhar essa mudança e o descompasso é evidenciado, mais uma vez, pela sondagem da CNI.
Mesmo com o ritmo de produção abaixo do esperado, o setor da construção continua encontrando muita dificuldade para contratar mão de obra adequada às suas necessidades. O problema foi apontado por 74% das 424 empresas consultadas na sondagem recém-divulgada. Há dois anos a queixa havia aparecido em 88% das respostas, mas o nível de atividade era bem mais alto e isso se refletia na procura de trabalhadores. Mas o detalhe mais alarmante é outro. A falta de pessoal para as atividades básicas - pedreiros e serventes - foi apontada por 94% das firmas com problemas para preenchimento de quadros. Parcela pouco menor (92%) indicou escassez de funcionários técnicos para ocupações ligadas diretamente à obra.
As indústrias consultadas mencionaram problemas para preenchimento de postos em todos os segmentos e em todos os níveis administrativos. Em relação à gerência, por exemplo, queixas foram apresentadas por 69% das empresas com dificuldades de contratação. De modo geral, os níveis de insatisfação quanto às condições do mercado foram tanto mais altos quanto maior o porte da companhia consultada. A falta de trabalhadores qualificados - a questão mais genérica - foi apontada como problema importante por 81% das empresas grandes, 77% das médias e 64% das pequenas. A média dessas respostas ficou em 74%.
A qualificação de pessoal na própria empresa é a solução mais comum, mas também a aplicação desse remédio está longe de resolver o problema. Alta rotatividade, pouco interesse dos trabalhadores e baixa qualidade da educação básica foram os principais obstáculos apontados pelas companhias consultadas. Mas o terceiro item apontado, a educação básica deficiente, talvez seja a explicação mais provável tanto do desinteresse dos trabalhadores como da rotatividade.
A sondagem do setor da construção complementa com um toque especialmente dramático o cenário mostrado, há poucos dias, na última pesquisa sobre os demais segmentos da indústria. Também neste caso é relevante levar em conta o baixo nível de atividade do setor: mesmo com a lenta recuperação registrada depois de um ano de retração, as empresas continuam com problemas para preencher seus quadros.
Praticamente dois terços das firmas (65%) indicaram dificuldades para encontrar pessoal qualificado. Desse grupo, 81% procuram qualificar os trabalhadores na própria empresa. Mas também neste caso a tarefa é dificultada pela falha da escola. A baixa qualidade da educação básica foi apontada como a maior causa de dificuldade por 49% das empresas com problemas de preenchimento de postos.
Esses dados esclarecem facilmente um paradoxo aparente. Por que - muitas pessoas têm perguntado - as empresas têm evitado demitir, apesar do baixo nível de atividade a partir de 2011? A resposta é evidente. Além dos custos da demissão, os administradores levaram em conta as dificuldades para recompor os quadros.
Durante quase dez anos a administração petista deu prioridade à ampliação do acesso às faculdades, para facilitar a distribuição de diplomas. Quase nenhuma atenção foi dada aos outros níveis. A escassez de mão de obra com a formação mínima é uma das consequências desse erro, ao lado, é claro, da perda de competitividade.
loading...
-
Os Erros De Politica Economica Do Governo Companheiro: O Desmantalamento Da Industria - Editorial Estadao
O rombo da indústria15 de janeiro de 2014 | 2h 06Editorial O Estado de S.PauloCom um buraco de US$ 105 bilhões na conta de manufaturados, o comércio exterior foi mais uma vez desastroso para a indústria brasileira, em 2013. Atribuir o mau resultado...
-
Governo Meia Boca, Politica Economica Sem Qualificacao - Rolf Kuntz
Parece que estamos condenados à mediocridade dos resultados, e à inconsistência das políticas econômicas.Paulo Roberto de Almeida O vilão da inflação é também o da estagnação09 de novembro de 2013 | 2h 02 Rolf Kuntz - O Estado de S.PauloEsqueçam...
-
Panorama Do Emprego No Reino De Liliput - Editorial Estadao
Sem comentários Mantega reinventa o emprego 13 de maio de 2013 | 2h 05 Editorial O Estado de S.Paulo Sempre criativo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acaba de lançar uma teoria sobre a criação de emprego sem crescimento econômico....
-
Produtividade Do Trabalho Cai No Brasil; E Quando Acabar O Bonus Demografico?
Já sabemos que o Brasil é um país infernal para empresários, devido à altíssima carga tributária, ao péssimo ambiente de negócios, à falta de infraestrutura adequada, aos altos preços de bens e serviços (e não apenas devido à valorização...
-
Brasil: Fuga (equivocada) Para O Protecionismo...
O governo brasileiro sempre faz diagnósticos errados quando identifica um problema qualquer: os culpados sempre são os outros, ou as condições externas, nunca ele mesmo e suas políticas erradas. Sempre, constantemente, recorrentemente, ele vem aderindo...
Diplomacia e Relações Internacionais