O presidente da Comissão de Diretitos Humanos da Aeac, deputado Walter Prado (PEN), acredita que os atos que atentam contra os direitos individuais de cidadãos brasileiros, praticados na Bolívia, sejam por descaso e covardia da diplomacia brasileira, que estaria agindo de forma passiva, desde que Evo Morales assumiu a presidência boliviana.
“A diplomacia brasileira se acovarda diante das atrocidades cometidas pela Bolívia. As autoridades brasileiras não questionam o tratamento desumano que vem sendo dado aos brasileiros. Eles tomaram a Petrobrás, expulsaram acreanos de terras na fronteira e violam os direitos humanos de nossos cidadãos, nos presídios”, diz Walter Prado.
Segundo o presidente da CDH, os tratado entre Brasil e Bolívia estão sendo desrespeitados em todos os sentidos. Prado questiona ainda, os motivos da prisão do mototaxista brasileiro, que levou ao fechamento das pontes de acesso à cidade de Cobija, no Departamento de Pando. Os bolivianos ficaram sem abastecimento de gasolina.
“Quando é para garantir os direitos deles, [dos bolivianos] os tratados internacionais são lembrados, mas quando a questão se estende aos brasileiros a história é diferente. Venho avisando desde 2006, quando Evo Morales tomou as terras e expulsou brasileiros da fronteira da Bolívia, que as autoridades brasileiras não cuidam dos interesses de nossos cidadãos”, enfatiza Walter Prado.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos diz que entende os esforços que o secretário de Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão vem fazendo, mas a questão não seria para ser resolvida no âmbito do Estado. “A questão é diplomática. Não entendo, quando as forças policiais do Acre, são usadas para reprimir protestos de cidadãos brasileiros, que reivindicam tratamento igualitário por parte das autoridades bolivianas”, destaca Prado.
Para o parlamentar, o presídio boliviano de Vila Bush, é uma versão desbotada da prisão americana de Guantánamo, em Cuba. “Estes atos de atrocidade são sistemáticos em toda relação que envolva brasileiros. Nas prisões de Vila Bush, os alimentos destinados aos brasileiros são vísceras podres de boi. Até quando, vamos ver brasileiro serem tratados como animais, num país que não respeita relações diplomáticas”, questiona Walter Prado.
O deputado informou que vai protocolar junto a Mesa Diretora da Aleac, um pedido para realização de uma audiência pública na fronteira, para documentar todos os casos de violação de direitos humanos cometidos contra cidadãos brasileiros, em terras bolivianas. Prado vai pedir ainda, que a bancada federal do Acre, em Brasília, se mobilize para reivindicar soluções no Itamaraty.
“Chega de covardia, chega de baixar a cabeça para este presidente cocaleiro. Os cidadãos bolivianos são tratados com respeito e são acolhidos com carinho em nossas cidades, mas em troca, os brasileiros são afrontados, extorquidos, ameaçados e até assassinados na Bolívia. Esta questão tem que ser discutida em nível de Itamaraty”, finaliza Walter Prado.
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