Diplomacia e Relações Internacionais
Companheiros neoliberais se rendem ao capitalismo financeirointernacional: FMI
Brasil eleva participação em cotas do FMI para 2,3%
China, Índia e Brasil foram os mercados que mais ganharam peso dentro do Fundo, enquanto Alemanha, Estados Unidos e Grã-Bretanha foram os que mais perderam participação
A fatia do Brasil na participação do FMI passou de 2,2% para 2,3% das cotas do organismo multilateral (Chip Somodevilla/Getty Images)
O Brasil e outros países emergentes aumentaram novamente a participação no Fundo Monetário Internacional (FMI). A fatia do país passou de 2,2% para 2,3% das cotas do organismo multilateral, de acordo com relatório divulgado nesta terça-feira. China, Índia e Brasil foram os mercados que mais ganharam peso dentro do Fundo, enquanto Alemanha, Estados Unidos e Grã-Bretanha foram os que mais perderam participação. O relatório atualiza o documento anterior, que tinha dados de 2010. As participações no FMI agora apresentadas consideram estatísticas de 2011.
O maior crescimento econômico dos emergentes - em comparação com os países desenvolvidos - é um dos fatores que têm levado ao aumento da participação, de acordo com o documento. Além de ocorrer no campo das cotas, o bloco de países briga há alguns anos por mudanças nas fórmulas de cálculos para ganhar maior poder de decisão dentro do FMI. As cotas dos países desenvolvidos têm caído constantemente. Em 2008, por exemplo, antes da reforma nas cotas, o grupo representava 63,8% do Fundo. Agora, a participação caiu para 54,7%. Os EUA caíram de 19% para 15,6% no mesmo período de comparação. A China saltou de 6,4% para 10,1% e o Brasil, de 1,7% para os atuais 2,3%.
Numa reunião do G-20, o bloco das vinte economias mais ricas do mundo aprovou em 2010, na Coreia do Sul, uma nova reforma de cotas no FMI, que daria mais poder de voto aos emergentes. No último mês de janeiro, o próprio Fundo falhou em desenhar no prazo previsto uma fórmula que mostre a nova realidade econômica global, com os emergentes ganhando peso. A nova reforma deve ocorrer em 2014.
O documento atual discute o ponto e faz algumas simulações. Há consenso, por exemplo, de que o Produto Interno Bruto (PIB) de cada país deva ter o maior peso dentro da nova fórmula, que precisa ser "simples e transparente", segundo o relatório. Ao mesmo tempo, há divergências em outros campos. Entre eles, em relação ao peso da abertura econômica de cada nação.
Alguns países, notadamente os europeus, argumentam que o nível de abertura financeira e econômica é central para o poder de voto dentro do FMI e, por isso, a variável deve ter peso relevante na nova fórmula. Outros argumentam, principalmente os emergentes, que geralmente países menores são mais abertos e, se esse ponto for levado em conta, podem ter participação desproporcional ao seu tamanho no Fundo como ocorre atualmente. O argumento dos emergentes é que, pela fórmula atual, a Holanda tem peso semelhante ao do Brasil, apesar de ser uma economia muito menor, e Luxemburgo, tem cota maior que a da Argentina.
No relatório, os técnicos do FMI, com base nas simulações, falam que uma das possibilidades é reduzir o peso da abertura econômica de cada país na nova fórmula. Ao mesmo tempo, o peso do PIB seria aumentado, mas também são discutidas outras ponderações. O estudo faz várias simulações. A participação dos emergentes, incluindo o Brasil, aumenta no FMI, por exemplo, à medida que o peso da abertura econômica na fórmula se reduz.
Leia também: Gleisi rebate revisão do PIB e diz que Brasil 'dispensa receituário' do FMI
Leia ainda: China precisa de pacote de reformas para manter crescimento
(com Estadão Conteúdo)
loading...
-
Brics: Crescendo, Mas Ainda Muito Distantes Dos Niveis De Renda E De Consumo Dos Desenvolvidos
Brics aumentam participação em PIB global, mas estão longe dos desenvolvidos, diz OCDEDaniela FernandesDe Paris para a BBC Brasil, 1 de maio, 2014To Para OCDE os emergentes ainda 'tem um longo caminho' para atingir nível de renda dos...
-
Bric, Broc, Bruc? A Degringolada Da America Latina Sera' A Do Brics Tambem?
Banco Mundial vê 'nuvens negras' no horizonte econômico da América LatinaSegundo estudo, a desaceleração do motor chinês e a mudança na política monetária dos EUA trouxeram volatilidade e incerteza aos mercados em desenvolvimento, entre...
-
Brasil: Crescimento Padrao Companheiros: Mediocre, Declinante, Desquilibrado...
E deficitário também. Eles conseguiram, finalmente, chegar ao seu próprio padrão, sem ajuda chinesa, sem estímulos da economia mundial, apenas com a própria incompetência da política econômica governamental... Paulo Roberto de Almeida FMI reduz...
-
Brasil Frustrado No Fmi: Paga O Preco De Escolhas Erradas...
Qualquer observador mais atento, que não fosse toldado por preconceitos ideológicos primários, como certos "desenvolvimentistas de botequim", sabia que o principal obstáculo para uma reforma verdadeira das instituições de Bretton Woods era a sobre-representação...
-
E Por Falar Em Pib, Como Anda O Do Brasil?
O Fundo Monetário Internacional prevê que, em 2010, o Brasil terá 2,9% de participação na produção de riqueza mundial, vale dizer, 2,9% do PIB (Produto Interno Bruto) do globo. Interessante observar que em 2002, último ano do governo Fernando...
Diplomacia e Relações Internacionais