BRICS e CEI: dois blocos em crescimento - Diario da Russia
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BRICS e CEI: dois blocos em crescimento - Diario da Russia



ECONÔMICAS

Participação no PIB mundial: Países da CEI x Grupo BRICS

WOC – World Organization of Creditors faz análise da dinâmica de diferentes índices econômicos de países em desenvolvimento e países desenvolvidos, e de sua influência na economia global


Às vésperas do Fórum Econômico Mundial de São Petersburgo, que aconteceu entre 16 e 18 de junho de 2011, com o apoio e a participação do Presidente da Federação Russa, Dmitri Medvedev, a WOC (World Organization of Creditors) fez uma análise da dinâmica de diferentes índices econômicos de países em desenvolvimento e países desenvolvidos e de sua influência na economia mundial.
O crescimento econômico no mundo está ganhando força, embora existam riscos consideráveis de diminuição dos índices de crescimento relativamente às previsões, segundo o relatório do Fundo Monetário Internacional “Perspectivas de Desenvolvimento da Economia Mundial”. O FMI prevê que em 2011 e 2012 o crescimento do Produto Interno Bruto real do mundo chegará a 4,5%. Nos países em desenvolvimento, espera-se que chegue a 6,5%, e nos países desenvolvidos a apenas 2,5%.
A presente pesquisa examina os índices econômicos do mundo e também os dados de blocos como o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e a CEI (Comunidade dos Estados Independentes, formada por Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Moldávia, Rússia, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia, Uzbequistão e Geórgia) e de um grupo consistindo de 34 países com economia desenvolvida, na dinâmica de 2000 a 2010 e nas previsões do FMI até 2016.
[As economias desenvolvidas, segundo o FMI, incluem 34 países: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chipre, Cingapura, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Grécia, Holanda, Hong Kong, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, Luxemburgo, Malta, Nova Zelândia, Noruega, Portugal, República Tcheca, Suécia, Suíça e Taiwan.]
Os dados apresentados deixam claro que os países em desenvolvimento exercem mais e mais influência na economia mundial, que sua participação no PIB global, no volume dos investimentos mundiais e também na circulação de commodities mundial está crescendo regularmente e que essa tendência será mantida.
Isso significa que os países em desenvolvimento se tornarão cada vez mais significativos para a economia global e que a estabilidade ou instabilidade da situação econômica nas dadas regiões será cada vez mais determinante para o mundo em geral.
PIB: a participação dos países do BRICS no PIB mundial cresceu de 8,4% para 18% entre 2000 e 2010, e a participação dos países da CEI cresceu de 1,1% para 3,1%
De 2000 a 2010 o PIB mundial quase dobrou, os países desenvolvidos aumentaram seu PIB em apenas 61% e a economia dos países da CEI cresceu 5,5 vezes e a dos países do BRICS 4,2 vezes. E as previsões do FMI para os países da CEI são otimistas – o índice pode crescer duas vezes dentro dos próximos seis anos, enquanto o PIB mundial vai crescer apenas 44% nesse mesmo período.
Assim, a participação no PIB dos países do BRICS dobrou em 10 anos e chegou a 18%, e a participação no PIB dos países da CEI quase triplicou e chegou a 3%. O crescimento mais rápido dos países do BRICS ocorreu nos últimos cinco anos, e o fez apesar da crise econômica. A China se tornou o líder (crescimento do PIB de 160%, participação de 9,3%), depois o Brasil (135%, participação de 3,3%) e Rússia (92%, participação de 2,3%).
Mas o panorama muda nas previsões para os próximos seis anos: segundo o FMI, o país em desenvolvimento mais dinâmico será a Rússia, com o crescimento do PIB de 121%, depois a China (91%) e a Índia (81%). Parte dos países desenvolvidos decresceu em 13,4%, e agora seu peso no PIB mundial chega a 66%. Dentro dos próximos seis anos eles podem perder 7%.
O PIB, calculado segundo a paridade do poder aquisitivo: índice per capita nos países da CEI em 2007 superou a média mundial e demonstra um novo crescimento
Estudando o índice do PIB PPP (calculado segundo a paridade do poder aquisitivo, parity of the purchasing power), e falando de novo dos países em desenvolvimento. Em 2010, parte dos países do BRICS no PIB PPP mundial chegou a 25,7%, contra 18% do PIB segundo os preços correntes, e o índice continua crescendo. A situação nos países da CEI é similar: 4,2% contra 3,1% do PIB; segundo preços correntes, durante os últimos 5 anos o índice permaneceu estável. Trata-se evidentemente de uma dinâmica positiva: o poder de compra dos países em desenvolvimento está crescendo. Nos países de economia desenvolvida a situação é oposta, e parte do PIB PPP é mais baixa do que parte do PIB segundo preços correntes: 52,3% contra 66% em 2010.A tendência de decréscimo desse índice persistirá nos próximos anos. Na presente pesquisa, também estudamos um índice importante como o PIB PPP per capita. O índice médio mundial em 2010 foi de 10,9 mil dólares. Segundo esse índice, os países com economias desenvolvidas se encontram num nível muito mais elevado: 38,1 mil dólares. Os países do BRICS vêm atrás, segundo esse índice (6,5 mil dólares), e os países da CEI em 2007 com o PIB PPP per capita superaram o índice médio mundial (em 2007: 10,7 mil dólares e 10,1 respectivamente) e agora a CEI chegou a 11,4 mil dólares.
Em parte, tais dinâmicas positivas podem ser explicadas pelo fato de que os índices de crescimento da população do planeta são em média mais elevados do que nos blocos dos países em questão.
Investimentos: participação dos países do BRICS no volume total dos investimentos mundiais dobrou nos últimos 5 anos e chegou a 29,4%
O crescimento do volume de investimentos no mundo chegou a 40% nos últimos 5 anos. Nos países desenvolvidos o aumento desse índice desacelerou consideravelmente durante o período e cresceu apenas 5%.
Os países em desenvolvimento exibem outros números bem contrastantes: o BRICS mostra o crescimento de 170% dentro dos últimos 5 anos (o líder é a China, com 202%), enquanto nos países da CEI o aumento no volume de investimentos chegou a 100%.
Assim, se em 2000 a participação de investimentos dos países desenvolvidos no mundo chegou a quase 80%, em 2010 esse índice havia baixado e agora representa pouco mais da metade de todos os investimentos realizados na economia mundial. Durante o mesmo período a participação nos investimentos dos países do BRICS quase triplicou – de 10% para 29,4%, um crescimento especialmente dramático ocorrido nos últimos cinco anos, quando o índice dobrou. Nos países da CEI existe também uma dinâmica positiva: em 2010 a participação nos investimentos deste bloco no mundo cresceu para 2,9% a partir de 0,9% em 2000.
Circulação das commodities no mundo
A influência dos países do BRICS e da CEI na circulação mundial de commodities está crescendo. Durante os últimos dez anos a participação dos BRICS no comércio mundial cresceu 2,3 vezes, para 15,4%, e a participação da CEI subiu duas vezes, para 3,3%. Os países desenvolvidos continuam perdendo suas posições.
O lugar principal para a dinâmica de crescimento na circulação de commodities pertence aos países do BRICS (102% nos últimos 5 anos). Os países desenvolvidos só cresceram esse índice em 29% durante o mesmo período, o que fica abaixo da média mundial, que é de 43%.
Quanto aos volumes de importação e exportação em comparação com o PIB das regiões, o índice médio mundial em 2010 chegou a 49% (de 41% em 2000). Nos países desenvolvidos o índice está no nível mundial, nos países do BRICS a proporção de importação e exportação do PIB da região chegou a 42% e nos países da CEI a 51% (em comparação com 65% em 2000).
Somente nos países da CEI houve um decréscimo no índice, o que pode ser encarado como positivo: os países da CEI gradualmente param de orientar apenas internamente, eles tendem a aumentar sua própria produção e também o seu consumo.
O fortalecimento das posições econômicas dos blocos de países em desenvolvimento estudados é evidente. É possível prever com certeza a manutenção destas tendências no futuro – mesmo a recente crise não conseguiu abalar seriamente as posições dos blocos do BRICS e da CEI. O aumento de investimentos deve ter-se refletido positivamente na dinâmica do crescimento da indústria nestes países, correspondentemente, na dinâmica do crescimento do PIB, fortalecendo a demanda doméstica. Estes fatores positivos, juntamente com os índices relativamente baixos de crescimento populacional, devem levar ao crescimento do bem-estar da população dos países em desenvolvimento.
Esta pesquisa confirma a tendência de mudança de polaridade na economia mundial. A julgar pelos crescentes índices macroeconômicos de mercados soberanos em desenvolvimento nos últimos dez anos, torna-se lógica a necessidade de reconsiderar as noções de países “desenvolvidos” e “em desenvolvimento”. Essa questão foi levantada no recente encontro de cúpula do G20 na Coreia do Sul, onde os representantes da República Popular da China não tiveram sequer de insistir na reconsideração do status do mercado chinês em desenvolvimento. Hoje em dia a comunidade mundial admite que a posição dominante da China no espaço econômico global é uma realidade objetiva. Se falarmos do bloco do BRICS em geral, esta aliança começa realmente a demonstrar não só considerável sucesso separadamente de seus estados-membros, mas também uma série influência no estado atual e no desenvolvimento futuro da economia mundial.
Inúmeras previsões sobre o colapso da CEI não se concretizaram: seus países conseguiram superar muitas facções políticas e ajustar uma eficiente interação de seus sistemas econômicos. Mas provavelmente a característica mais significativa do BRICS, bem como da CEI, foram as manobras de estabilização feitas pelos governos dos países em desenvolvimento durante a crise de 2008 e o subsequente período de reabilitação, em consequência do qual toda a comunidade mundial chegou à certeza de que era prematuro apressar o rebaixamento do nível da regulamentação estatal dos mercados. Aconteceu que países com economias mistas – de mercado e regulada – superaram a crise menos penosamente, em oposição àqueles países nominalmente desenvolvidos que colocaram suas esperanças na chamada “mão invisível do mercado” e cujas economias entraram numa fase destrutiva.
Para ver os quadros e tabelas desta pesquisa, acesse
http://woc-org.com/en/index.php?name=pressa
e entre no link:
“Share of the CIS countries in the world GDP grown in 3 fold times over 10 years and 2 fold times grown share of the BRICS countries”
Para os dados de informação analítica do WOC, pode ser consultado o Serviço de Imprensa da Organização:
[email protected]
Tel.: +7 (495) 225-25-39



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