Brasil 1964-1985: os militares e a Comissao da Inverdade - Luiz Eduardo Rocha Paiva
Diplomacia e Relações Internacionais

Brasil 1964-1985: os militares e a Comissao da Inverdade - Luiz Eduardo Rocha Paiva


Um artigo que já tem três anos, mas que permanece inteiramente válido, pelo lado dos argumentos substantivos.
Os membros da Comissão da Inverdade acham que o país, numa determinada época, foi assaltada por violadores dos direitos humanos, que saíram reprimindo gratuitamente quem não concordasse e aceitasse o regime militar. Eles se esquecem que o regime aceitou, durante vários anos, a ação de grupos de oposição aos governos militares e manifestações democráticas, só passando à ação, na defesa do Estado, quando grupos guerrilheiros começaram à ação, atacando alvos civis e militares, inclusive matando inocentes ou representantes do governo.
A incapacidade dos que estão no poder, atualmente, de aceitar certos fatos históricos vai levar a mais acirramento de conflitos políticos no Brasil, e a uma maior rejeição dos vingativos representantes dessa esquerda anacrônica.
Paulo Roberto de Almeida 

UMA COMISSÃO “CHAPA BRANCA” 
General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva
Jornal do Comércio – RS, em março de 2011

O ministro da Defesa disse que os militares contra a Comissão da Verdade (CV) são da reserva e em número menor do que os favoráveis à apuração dos fatos. O Ministério da Defesa emitiu nota afirmando estar superada a manifestação das Forças Armadas contrária à criação da CV. Ledo engano! A quase unanimidade dos militares da reserva e da ativa vêem a Comissão facciosa na forma como está sendo criada.
Ela será composta por indicação da presidente da República, cujo conceito de liberdade está em seu discurso de posse: “Minha geração veio para a política em busca da liberdade --- Aos companheiros que tombaram --- minha comovida homenagem e minha eterna lembrança”. Ou seja, não reconhece que a luta armada visava implantar a ditadura comunista no País. Cidadãos inocentes e agentes tombados no cumprimento do dever pelos guerrilheiros mereciam, também, a “comovida homenagem e eterna lembrança” de quem se declarou presidente de todos os brasileiros.
A Secretária dos Direitos Humanos declarou, com relação à CV: “dar seguimento ao processo de reconhecimento da responsabilidade do Estado por graves violações de Direitos Humanos --- devemos aos que --- empenharam suas vidas generosamente, porque acreditavam na liberdade e na democracia”. Parece explícita a disposição para se apurar apenas as violações cometidas por agentes do Estado, pois guerrilheiros que mataram e mutilaram são vistos como heróis.

Os discursos sinalizam uma CV facciosa, que alçará ex-guerrilheiros a heróis e vítimas, justificando ou pintando seus crimes como ações idealistas. Haverá a satanização de ex-agentes da lei, tenham ou não violado direitos humanos e, com base nesse quadro, uma intensa campanha para rever a anistia, prevalecendo a corrente de maior poder. A propalada reconciliação nacional é uma falácia, pois não há cisão social causada pelo regime militar ou as Forças Armadas não seriam instituições da mais alta reputação no País



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