Diplomacia e Relações Internacionais
Argentina 'a beira de um ataque de precos (ou ao borde da hiperinflacao)
Não existe mais a menor dúvida: quando os supremos dirigentes políticos de um país -- sobretudo na América Latina, especialmente no Brasil ou na Argentina -- decidem congelar preços (num suposto acordo de cavalheiros com os distribuidores), é porque o país já está no descontrole inflacionário.
A Argentina, infelizmente, já ultrapassou a fase da aceleração da inflação para o descontrole inflacionário. O desespero passa a pautar as ações dos dirigentes, depois a raiva, finalmente a cólera, e então, já não há mais nada a fazer: o povo já não confia mais na capacidade das lideranças de manter a economia num estado normal, e cada agente econômico, cada ator social, cada fabricante, cada intermediário, cada profissional liberal passa a atuar com base em seus próprios critérios "econômicos", com base em sua percepção do processo e, então, é a descida aos infernos, a corrida desenfreada para a frente, para fixar os seus preços, as greves se multiplicam, a moeda nacional desaparece das transações e os cidadãos se refugiam nos substitutos, que no caso da Argentina só pode ser o dólar (mas o Real também pode servir, secundariamente).
Creio que a Argentina se encontra no limiar desse processo. Além disso, só existe o caos e a desorganização completa da vida econômica, com imensas perdas para o país e os cidadãos.
Cristina K pode ser escorraçada mais cedo do que se pensa.
Paulo Roberto de Almeida
Argentina decide congelamento de preçosAriel Palácios
O Estado de S.Paulo, 4/02/2013
O secretário de Comércio Interior da Argentina, Guillermo Moreno, anunciou nesta segunda-feira, 4, o fechamento de um acordo com a Associação de Supermercados Unidos (ASU), que reúne as principais redes de supermercados do país, para congelar os preços dos produtos durante dois meses. As empresas – entre as quais Carrefour, Disco, Jumbo, Walmart, Coto, La Anônima e Vea – retrocederão os preços àqueles que estavam vigentes no dia 1º de fevereiro, e os manterão até 1 de abril. O presidente da ASU, Juan Vasco Martinez, afirmou que o compromisso dos empresários foi o de manter os preços congelados de “todos os produtos dos supermercados” durante os dois meses.
Paradoxalmente, o acordo foi fechado quando o governo da presidente Cristina Kirchner voltou a negar a existência da escalada inflacionária. Há poucos dias o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) anunciou que a inflação de 2012 foi de apenas 10,8%. No entanto, economistas independentes sustentaram que a inflação real superou amplamente a oficial, já que o ano passado teria sido encerrado com uma taxa de 25,6%.
“A inflação mínima de 2013 oscilará entre 25% a 30%. Pensar em um porcentual mais baixo é impossível”, afirmou o economista-chefe da consultoria Management & Fit, Matías Carugatti.
A Argentina conta com um longo histórico de congelamento de preços, desde os tempos do primeiro governo do general e presidente Juan Domingo Perón nos anos 40 e 50 e novamente na década de 70. Em 1985, a implementação do Plano Austral, da equipe econômica do presidente Raúl Alfonsín, implicou em um novo congelamento.
Passaram-se duas décadas sem tentativas de congelamentos até que o presidente Nestor Kirchner tentou em 2005 e 2006 aplicar essa modalidade a supermercados e outros setores da economia. No entanto, o sistema foi à pique. O resultado desse fracasso foi uma guinada na política de combate à inflação por parte do governo Kirchner, que optou – na impossibilidade de conter a alta de preços – por maquiar o índice.
Os analistas destacam que o acordo de congelamento é um aceno aos líderes sindicais argentinos, que estão em plena negociação salarial tripartite com empresários e o governo Kirchner.
loading...
-
Argentina: Aprofundando A Decadencia Historica - Editorial Estadao
Pobres argentinos17 de maio de 2014 | 2h 03Editorial O Estado de S.PauloO governo de Cristina Kirchner bem que tenta esconder a crescente depauperação da Argentina, causada por suas políticas irresponsáveis, mas a realidade insiste em se impor....
-
Argentina: Quando Um Governo Persegue Cambistas, A Crise Esta' Proxima
Argentina pressiona cambistas de dólarAriel PalaciosO Estado de S. Paulo, 29/08/2013 Governo ordenou uma série de blitze no centro portenho, fechando algumas agências de câmbio, além de perseguir nas ruas cambistas que vendiam dólares aos turistas...
-
Argentina: Ja Falamos Dela Hoje? Agora, Com O Chavez No Estaleiro, Sobra A Ck...
De erro em erro, Argentina se isolaEditorial O GLOBO - 16/02/2013 Cristina Kirchner governa de acordo com suas necessidades imediatas e sem levar em conta graves consequências para o país Cristina Kirchner governa de acordo com suas necessidades mais...
-
Los Hermanos, Ou Manos Her Los?: Todo Al Reves Nas Politicas Argentinas...
A Argentina é um país que briga com o mundo todo, e não contente, acaba arrumando briga consigo mesmo. Por que será que eles decaem, ininterruptamente, pelos últimos 80 anos? Deve ser por algum motivo... Paulo Roberto de Almeida Vendas...
-
Los Hermanos, Outra Vez, Sem Piedade...
Não choro por ti, Argentina João Luiz Mauad Diário do Comércio, 12/6/2011 O jornal Valor Econômico publicou, no último dia 30 de maio, um caderno especial sobre a crise que assola a Argentina. As políticas populistas do governo bolivariano de Cristina...
Diplomacia e Relações Internacionais