Diplomacia e Relações Internacionais
Across the whale in a month (4): nas imensas planicies do Middle West
Terca-feira, 17, foi um dia de visitas e passeios em Kansas City, Missouri, com uma esticada a Kansas City, no Kansas (mas uma cidade bem menor e sem o charme de sua irmã maior do outro lado do rio Missouri).
Estivemos, a despeito da chuva, no Memorial e Museu da Primeira Guerra Mundial, numa colina verdejante, onde desponta a imensa torre, qual uma espada apontada ao céu (valendo 45 degraus para subir ao topo, o que obviamente não foi o caso).
O museu é excepcional pela qualidade das coleções completas, com tanques, aviões, canhões, minas, trincheiras, todos os tipos de armas individuais e uniformes, só faltou um encouraçado ancorado na colina... Documentação e informação de apoio abundante e impecável, com audiovisuais de todas as batalhas importantes em todas as frentes de combate, durante quatro anos seguidos. Impressionante.
Foi um dos melhores museus dedicados à Primeira Guerra que já visitei numa vida dedicada a livros e museus, talvez superior inclusive ao Historial que fica na cidade de Péronne, no norte da França, onde foram travados os mais violentos combates de infantaria, com centenas de milhares de mortes.
Só senti falta, seja na informação do museu, seja na pequena livraria de compras, do livro de Stefan Zweig, O Mundo de Ontem, que tenho nas versões em francês (comprado em Paris) e em inglês, novamente comprado nos EUA, com uma excelente tradução.
Mais passeios pela cidade e depois voltamos ao hotel, pois eu tinha de dar uma entrevista para o programa Sala de Debates do canal Futura (verei quando postarem o link).
Depois do programa (ao vivo), as 21hs do Brasil, como tínhamos 2 horas de "atraso", ainda saímos para passear pela cidade, cruzando o rio duas vezes, inclusive atravessando de um estado a outro.
Quarta-feira, 18, foi um dia de viagem, mas ainda aproveitei para visitar o Money Museum, no elegante edifício do Federal Reserve Bank de Kansas City, o décimo da série de regionais, cobrindo os estados vizinhos. Um belo museu, mas inteiramente americano, sem muitas referências ao papel internacional do dólar, ou sobre as crises financeiras internacionais (em grande medida provocadas pelos desequilíbrios da economia americana e pela abundância de dólares sem lastro jogados na economia mundial). Não havia nada, por exemplo, de Bretton Woods, ou do fim de Bretton Woods, com a retirada unilateral decretada por Nixon, em 1971, ou ainda do não sistema financeiro internacional que se instalou depois disso.
Saímos de Kansas City em torno das 10h30, em direção ao Norte, pela Interstate 29, num rtajeto de quase 3 horas (190 milhas), até chegar a Omaha, no Nebraska (mas passando antes pelo "finalzinho" do estado de Iowa, embora não nos aventuramos a um desvio bem maior até a capital Des Moines, mais ao centro).
Carmen Lícia fez várias fotos em Omaha, que virou uma cidade vibrante, a partir da simples paragem de caravanas e poney express do passado.
Saindo de Omaha, fomos à capital do Nebraska, como sempre uma cidade pequena, sem grande expressão econômica. O que distingue Lincoln é o seu imenso capitólio, com outro símbolo fálico "atop", de pelo menos 50 metros. Interessante, mas é que só o que a cidade tem para oferecer.
Retomamos a estrada, desta vez a Interstate 80, que vai nos conduzir até a Califórnia atravessando quatro estados...
Paradas para descanso, restauração e um pouco de sol natural, e depois novamente estrada, dezenas, centenas de milhas.
Só decidimos parar em torno de 20h45 da noite, por causa da ameaça de tempestade na estrada, com alarmes pelo rádio de possíveis inundações.
Resolvemos parar numa pequena cidade chamada Ogallala, que parece ser uma capital dos cowboys e pioneiros do velho oeste.
A tempestade se abate sobre nós, pouco depois de entrarmos no quarto do hotel. Já nem dá vontade de sair para jantar nos vários restaurantes que existem em volta. Lanche no quarto, verificação da meteorologia para a quinta-feira e descanso.
Foram mais 330 milhas, que fizemos em quase 5 horas, com paradas.
No total, a jornada correspondeu a mais de 830 kms, em cerca de 8 horas de estrada.
Como média, parece bem, já que é o dobro da média diária que eu tinha calculado fazer (mas também porque paramos dois dias em Kansas City).
Amanha, queremos fazer algo equivalente, talvez até um pouco mais, indo até Salt Lake City, no Utah, para também ficar dois dias num bom hotel da cidade. A estrada até aqui é relativamente aborrecida: planícies infinitas, com milho dos dois lados da estrada. Evitamos de fazer as montanhas, pois o Colorado está debaixo d'água, com várias estradas destruídas, justamente nas encostas de montanha.
Não tenho fotos de hoje, mas Carmen Lícia fez várias, que postarei ocasionalmente.
A viagem continua, não desistimos nunca...
Paulo Roberto de Almeida
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