Irã e Rússia estão negociando um acordo através do qual o governo russo importará uma grande quantidade de petróleo iraniano em troca de equipamentos e bens de consumo no valor de US$ 1,5 bilhão por mês. O acordo elevaria em 50% as exportações de petróleo iraniano e transformaria a Rússia no seu maior comprador, superando a China, que ficaria em segundo lugar. A negociação contraria sanções impostas ao Irã por países do Ocidente e ameaça minar os esforços ocidentais para pressionar Teerã a desistir de seu programa nuclear.
Fontes russas e iranianas familiarizadas com as negociações afirmaram que os detalhes finais ainda estão em discussão, mas que a ideia é que Moscou passe a comprar até 500 mil barris por dia de petróleo iraniano em troca de “equipamentos e bens” russos não especificados.“Estamos avançando rápido com fortes chances de sucesso”, disse uma fonte russa à Reuters. “Estamos discutindo os detalhes e a data da assinatura”.
“Nosso desejo é assinar o acordo o mais rápido possível”, acrescentou uma autoridade iraniana , que não quis se identificar.
Alívio econômico em momento inoportuno
Não está claro como Moscou pretende justificar às potências ocidentais um acordo que ameaça minar as negociações nucleares com o Irã, aliviando a pressão econômica sobre o país.
A Rússia é um dos países envolvidos nas negociações nucleares, mas assim como a China — e ao contrário dos Estados Unidos e da União Europeia –, não aceitou impôr sanções ao Irã.
Nos últimos 18 meses, sanções americanas e europeias reduziram as exportações de petróleo iraniano a mais da metade, para cerca de um milhão de barris por dia. O acordo russo promete elevar as exportações russas em 50% e proporcionar um grande impulso para a abatida economia iraniana.