Diplomacia e Relações Internacionais
"Debate" Paulo Roberto de Almeida vs Delfim Netto - Valor Econômico
O jornal
Valor Econômico desta segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011, traz, na seção "Cartas de Leitores" (p. A13), a carta que encaminhei ao jornal uma semana atrás, exatamente no dia 1/02.2011, comentando um artigo do economista e professor Delfim Neto no mesmo dia.
O "articulista" Delfim Netto responde, e transcrevo aqui abaixo os dois textos:
Desenvolvimento"O artigo "O desenvolvimento é mais embaixo", de Antonio Delfim Netto, publicado no
Valor de 01/02, página A2, constitui notável inversão de fatores causais, relativamente aos fatores de indução ou de aceleração desse processo. Ao "explicar" essa "história de mercado", que só funcionaria adequadamente se fosse bem organizado pelo Estado, o articulista se refere ao caso da Inglaterra e da Holanda, mas diz que no caso da China, supostamente bem dotada em fatores de produção, a elevação da produtividade só se deu quando se teve "um Estado indutor" que respeitasse e dignificasse a atividade do setor privado; libertasse o 'espírito animal' dos empresários e garantisse que cada um poderia apropriar-se dos benefícios de sua iniciativa."
Não lhe ocorre que a história pode e deve ser lida completamente ao contrário: se o Estado (comunista) chinês não tivesse proibido tudo isso, o processo de desenvolvimento na China poderia ter vindo muito antes, sem esses entraves criados pelo Estado.
Em resumo, as três condições do ex-deputado devem ser lidas completamente ao contrário: "se um Estado 'normal' (não indutor), não tivesse proibido as atividades do setor privado, se ele não tivesse extirpado os capitalistas do país, se ele não tivesse proibido a propriedade privada..."
Paulo Roberto de Almeida (e-mail)
Resposta do articulista Delfim Netto:"Interessantes as observações do professor de Economia Política, Paulo Roberto de Almeida, do Uniceub. Certamente não devo ter explicado bem e o ilustre professor obviamente não poderia entender o papel do Estado-indutor numa economia de mercado e, principalmente, as diferenças entre o seu funcionamento e o que acontece na China que, apesar das reformas de Deng, ainda não pode ser considerada como uma economia de mercado, propriamente".
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Retomo (PRA):
Bem, não vou mesmo debater neste curto espaço com o "ilustre Professor", como ele me chamou.
Gostaria apenas de deixar registrado que não estávamos falando da "economia chinesa", tal como ela funciona sob a mão protetora e muito visível do Estado comunista, mas sim do processo de desenvolvimento genericamente, que Delfim Netto entende ser melhor conduzido quando o Estado produz aquelas maravilhas em favor do setor privado.
Continua não lhe ocorrendo que o buraco é realmente mais embaixo, e que se o Estado não tivesse se metido a fazer todos aqueles entraves, ele não precisaria funcionar depois como "indutor".
Ou seja, se o Estado não tivesse aprisionado antes os "espíritos animais" dos capitalistas, ele não o precisaria libertar depois, como uma espécie de favor dessa maravilha que se chama Estado-indutor.
Delfim Netto, como bom amigo do Estado -- e por isso o PT gosta tanto dele, agora -- não consegue conceber uma economia de mercado sem esse papel relevante atribuído ao Estado. Ele deve achar, também, que as chamadas "forças de mercado", deixadas por sua própria conta, só podem conduzir um país à ruina e ao desastre.
Bem, não creio que conseguiremos, agora, corrigir seu pensamento. Mas talvez ele não pense assim, e só escreve o que escreve por dois motivos: é muito distraído e escreve qualquer coisa, apenas para se desempenhar como colunista e embolsar os seus "caraminguás"; quer prestar serviço ao Estado-indutor do PT e ser contratado para "consultorias", o que também pode render outros "caraminguás", aliás bem mais saborosos vindos do Estado-indutor...
Paulo Roberto de Almeida
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