Ichiro Guerra/Blog do Planalto
Manifesto denuncia golpe e visa proteger patrimônio nacional
Um manifesto foi divulgado nesta sexta-feira (20) e subscrito por 48 intelectuais e personalidades dos mais diversos setores com o objetivo de defender a Petrobras e o “governo legitimamente eleito” da presidenta Dilma Rousseff. O texto denuncia o que chama de “campanha” para enfraquecer a estatal e, consequentemente, a gestão Dilma. Estão entre os signatários o filósofo e teólogo Leonardo Boff; o jurista e escritor Fábio Konder Comparato; o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence; o sociólogo e cientista político Emir Sader; a economista e professora Maria da Conceição Tavares, e o documentarista Silvio Tendler. Na argumentação, os autores do documento fazem uma analogia entre a ação de instituições da República, setores da imprensa e parlamentares, na esteira da Operação Lava Jato, e o golpe de 1964, que tirou o então presidente João Goulart do poder e deu início ao regime de exceção da ditadura militar (1964-1985). Segundo o texto, a derrocada da petrolífera representaria a extinção de cerca de 500 mil empregos diretor e indiretos, e reconduziria o Brasil a uma situação “subalterna e colonial” frente ao mercado financeiro internacional.
“Com efeito, há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão, alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Essa situação tem lhe valido a conquista dos principais prêmios em congressos internacionais”, registra o manifesto.
Intitulado “O que está em jogo agora”, o texto não menciona nomes, mas deixa claro o papel das hostes oposicionistas nas investigações da Lava Jato, da Polícia Federal, que desvendou um bilionário esquema de corrupção na Petrobras. Para os autores do documento, os opositores de Dilma apostam na invenção de uma “comoção nacional” para tirá-la do poder.
“Por outro lado, esses mesmos setores estimulam o desgaste do Governo legitimamente eleito, com vista a abreviar o seu mandato. Para tanto, não hesitam em atropelar o Estado de Direito democrático, ao usarem, com estardalhaço, informações parciais e preliminares do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da própria mídia, na busca de uma comoção nacional que lhes permita alcançar seus objetivos, antinacionais e antidemocráticos”, diz outro trecho do manifesto.
Confira quem o assina e leia sua íntegra abaixo:“Manifesto:O que está em jogo agoraA chamada Operação Lava Jato, a partir da apuração de malfeitos na Petrobras, desencadeou um processo político que coloca em risco conquistas da nossa soberania e a própria democracia.Com efeito, há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão, alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Essa situação tem lhe valido a conquista dos principais prêmios em congressos internacionais.Está à vista de todos a voracidade com que interesses geopolíticos dominantes buscam o controle do petróleo no mundo, inclusive através de intervenções militares. Entre nós, esses interesses parecem encontrar eco em uma certa mídia a eles subserviente e em parlamentares com eles alinhados.Debilitada a Petrobras, âncora do nosso desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, serão dizimadas empresas aqui instaladas, responsáveis por mais de 500.000 empregos qualificados, remetendo-nos uma vez mais a uma condição subalterna e colonial.Por outro lado, esses mesmos setores estimulam o desgaste do Governo legitimamente eleito, com vista a abreviar o seu mandato. Para tanto, não hesitam em atropelar o Estado de Direito democrático, ao usarem, com estardalhaço, informações parciais e preliminares do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da própria mídia, na busca de uma comoção nacional que lhes permita alcançar seus objetivos, antinacionais e antidemocráticos.O Brasil viveu, em 1964, uma experiência da mesma natureza. Custou-nos um longo período de trevas e de arbítrio. Trata-se agora de evitar sua repetição. Conclamamos as forças vivas da Nação a cerrarem fileiras, em uma ampla aliança nacional, acima de interesses partidários ou ideológicos, em torno da democracia e da Petrobras, o nosso principal símbolo de soberania.20 de fevereiro de 2015”Alberto Passos Guimarães FilhoAldo Arantes
Ana Maria CostaAna Tereza Pereira
Cândido MendesCarlos Medeiros
Carlos MouraClaudius Ceccon
Celso AmorimCelso Pinto de Melo
D. Demetrio ValentiniEmir Sader
Ennio CandottiFabio Konder Comparato
Franklin MartinsJether Ramalho
José NoronhaIvone Gebara
João Pedro StédileJosé Jofilly
José Luiz FioriJosé Paulo Sepúlveda Pertence
Ladislau DowborLeonardo Boff
Ligia BahiaLucia Ribeiro
Luiz Alberto Gomez de SouzaLuiz Pinguelli Rosa
Magali do Nascimento CunhaMarcelo Timotheo da Costa
Marco Antonio RauppMaria Clara Bingemer
Maria da Conceição TavaresMaria Helena Arrochelas
Maria José Sousa dos SantosMarilena Chauí
Marilene CorreaOtavio Alves Velho
Paulo JoséReinaldo Guimarães
Ricardo BielschowskyRoberto Amaral
Samuel Pinheiro GuimarãesSergio Mascarenhas
Sergio RezendeSilvio Tendler
Sonia FleuryWaldir Pires
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