O Brasil virou uma bagunça?: uma pergunta inconveniente
Diplomacia e Relações Internacionais

O Brasil virou uma bagunça?: uma pergunta inconveniente


Aumento de custo em obras públicas é uma constante no cenário brasileiro, em parte por "experteza", em grande parte por corrupção, e em outra medida pela incompetência gerencial de burocratas e técnicos encarregados. Tem também os perturbadores de sempre, manifestantes das causa ecológicas, humanitárias, sindicalistas oportunistas, malucos de toda ordem, enfim. Tudo isso junto, deve explicar, acho, os 150% de aumento em cada uma dessas obras, ou seja, elas sempre custam mais do que o dobro do estimado inicialmente.
Seria uma tara nacional?
Seria simples baguncismo tradicional?
E a gente aceita, passivamente?
Sem um pio de protesto?
Aceitamos pagar mais do dobro, assim, como se fosse normal?
Acho que o Brasil está longe, longíssimo de poder se classificar, já não digo como país desenvolvido, o que parece que manifestamente ele não é, do ponto de vista da administração pública, mas simplesmente como país normal.
Não somos um país normal, definitivamente.
E aceitamos essa singularidade, essa bizarrice, esse surrealismo de sermos um país anormal.
Em que pagamos mais do que o dobro do que tinha sido contratado oficialmente.
Vai continuar assim?
Parece que vai...
Paulo Roberto de Almeida

Orçado em R$ 16 bilhões, custo da Usina de Belo Monte já supera os R$ 30 bilhões

Aumento dos gastos para a construção da terceira maior hidrelétrica do mundo, no Pará, é provocado por fatores como custos ambientais maiores e as paralisações frequentes, fruto de protestos indígenas e de greves por melhores condições de trabalho

11 de maio de 2013 | 23h 00
Renée Pereira - O Estado de S. Paulo
A Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, foi orçada em R$ 16 bilhões, leiloada por R$ 19 bilhões e financiada por R$ 28 bilhões. Quase dois anos depois do início das obras, o valor não para de subir. Já supera R$ 30 bilhões e pode aumentar ainda mais com as dificuldades para levar a construção adiante.
Com a sequência de paralisações provocadas por índios e trabalhadores, estima-se que a obra esteja um ano atrasada. Se continuar nesse ritmo, além dos investimentos aumentarem, a concessionária poderá perder R$ 4 bilhões em receita.
O vaivém dos números da terceira maior hidrelétrica do mundo deve acertar em cheio a rentabilidade dos acionistas, que em 2010 estava calculada em 10,5%. Hoje, as planilhas dos analistas de bancos de investimentos já apontam um retorno real de 6,5% ao ano.
A Norte Energia, concessionária responsável pela construção da usina de 11.233 megawatts (MW) no Rio Xingu, evita falar de indicadores financeiros e afirma apenas que os valores (de R$ 25 bilhões) foram corrigidos para R$ 28,9 bilhões.
Leiloada em abril de 2010, a usina foi arrematada por um grupo de empresas reunidas pelo governo para que a disputa tivesse concorrência. Desde então, o projeto tem sido pressionado por uma série de fatores em áreas distintas. A montagem eletromecânica dos equipamentos, por exemplo, até hoje não foi contratada, e um dos motivos seria a elevação dos preços dos serviços, de R$ 1 bilhão para cerca de R$ 1,6 bilhão. Custos ambientais e gastos administrativos também estão bem acima das previsões iniciais.
Junta-se a essa lista as despesas indiretas com mão de obra, como cesta básica e tempo para visitar a família. Dados do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) mostram que, em apenas um ano e meio, o valor da cesta básica dos trabalhadores de Belo Monte subiu 110% e o intervalo entre as visitas das famílias, pagas pela empresa, recuou de 180 dias para 90 dias.
Vale destacar que a obra tem 22 mil trabalhadores, e a maioria fica em alojamentos. Qualquer mudança nos benefícios – mesmo que pequena – tem impacto relevante no orçamento.
As interrupções dos trabalhos por causa das invasões e greves também são fatores que explicam o aumento dos custos. Até quinta-feira, cerca de 7 mil trabalhadores do sítio Belo Monte, onde está sendo construída a casa de força da usina, ficaram parados por causa da invasão de 83 índios no local. A paralisação durou uma semana. Desde o início das obras da hidrelétrica, foram 15 invasões (e 16 dias de greve) que paralisaram as atividades e ajudaram a atrasar o cronograma em cerca de um ano.
Aceleração
Recuperar o tempo perdido exigiria um programa de aceleração das obras e significaria elevar os custos de mão de obra, dobrar turnos ou contratar mais gente. Ainda assim, afirmam executivos que trabalham na obra, não é certeza de que a hidrelétrica seja entregue no prazo estabelecido. Desde a década de 70, quando os primeiros estudos começaram a ser feitos, Belo Monte é motivo de polêmica.
Pela dimensão do investimento e sua visibilidade no mundo inteiro por causa das questões ambientais, o projeto é alvo de reivindicações e protestos – e ninguém duvida que novas greves e invasões vão ocorrer até o fim da obra.
Pelo cronograma original, as operações da usina devem começar em dezembro de 2014. Hoje, porém, apenas 30% das obras civis estão concluídas.



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