Guerra Fria Economica (isso tambem faz parte da Era do Gelo)
Diplomacia e Relações Internacionais

Guerra Fria Economica (isso tambem faz parte da Era do Gelo)


 Quem procurar neste blog, vai achar um trabalho meu, em inglês, sobre "economic cold war", não necessariamente em torno da questão cambial, que considero um problema menor...
Paulo Roberto de Almeida

O perigoso fracasso do G-20
Editorial - O Estado de S.Paulo, 13.11.2010

O fracasso da reunião de cúpula do Grupo dos 20 (G-20), formado pelas maiores economias desenvolvidas e em desenvolvimento, aumenta o risco do jogo sujo no comércio internacional e de um prolongamento da crise. A desordem cambial, o assunto mais importante do encontro, continua sem solução. As moedas chinesa e americana - yuan e dólar - permanecerão depreciadas e sujeitas a maior desvalorização, porque as políticas serão mantidas nos dois países. Os demais, incluído o Brasil, continuarão pagando pelos desajustes globais.

Depois de dois dias de conversas e trocas de acusações, os chefes de governo reunidos em Seul emitiram um comunicado e vários documentos, num total de 90 páginas, sem um só compromisso importante além daqueles assumidos nas quatro conferências anteriores, desde novembro de 2008.

O lançamento de um Plano de Ação de Seul foi insuficiente para disfarçar o impasse em torno da questão mais premente. Os documentos contêm o compromisso de avançar para um sistema cambial de mercado. Todos prometem evitar a desvalorização competitiva, usada para baratear os produtos nacionais e encarecer os estrangeiros. A lembrança dos anos 30 do século passado, quando o protecionismo e a depreciação cambial derrubaram o comércio e afundaram o mundo na Depressão, continua viva. Mas a imagem das misérias de oito décadas atrás ainda é insuficiente para levar os governos das maiores economias a uma cooperação mais ampla.

Há cinco semanas, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, lamentou o enfraquecimento recente da cooperação. A pior fase da crise foi superada, como lembrou, porque os governos do G-20 agiram em conjunto para deter a quebradeira dos bancos e estimular a atividade.

Duas ou três vezes naquela semana a advertência foi repetida: a recuperação será retardada, se faltar a colaboração obtida nos primeiros encontros de cúpula do G-20. Não há solução isolada para a crise: esta frase foi um mantra na assembleia do FMI, mas as palavras parecem ter perdido o poder de acicatar consciências.

A experiência da cooperação, durante dois anos é mencionada nos oito primeiros parágrafos do comunicado final. A rememoração é acompanhada de uma advertência. Ainda há riscos e “o crescimento desigual e os desequilíbrios cada vez mais amplos alimentam a tentação de abandonar as soluções globais e partir para ações descoordenadas”. O alerta se completa: ações desse tipo “só poderão levar às piores consequências para todos”.

Mas a maior parte dos compromissos é mera repetição - às vezes com algum acréscimo - de ações já combinadas. Os governos continuam prometendo planos confiáveis de ajuste fiscal de médio prazo. Devem agir porque a dívida pública no mundo rico está quase insustentável. Mas é preciso ter cuidado, porque as economias continuam dependentes de estímulos.

Houve avanço nas propostas para reforma do sistema financeiro, graças ao trabalho técnico de instituições multilaterais. Coube ao G-20 registrar a boa nova. Já se decidiu, também, como será a redistribuição de cotas e votos no FMI, com vantagens para as grandes economias emergentes. Mas nenhuma dessas mudanças contribuirá a curto prazo para a superação da crise.

Os líderes combinaram aprofundar o trabalho de avaliação conjunta de suas políticas. Haviam dado o passo inicial na reunião de Pittsburgh, em setembro de 2009. O FMI, responsável pelo trabalho técnico, já apresentou o primeiro relatório, mostrando com números como será prejudicial um afrouxamento da cooperação. Revestido de equações, o mantra da coordenação parece ainda mais convincente.

A presidente eleita, Dilma Rousseff, tomará posse num ambiente global muito menos propício que o dos primeiros seis anos da gestão petista. Deverá esforçar-se, como já prometeu, para atenuar os efeitos do problema cambial e das más condições externas.

Será prudente se combinar suas ações com a manutenção do câmbio flexível - cuidado também já prometido. Obterá resultados mais seguros e duradouros se cuidar amplamente do problema da competitividade, sem se preocupar só com o câmbio.



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