Economia brasileira: Pior do que se previa - Editorial O Estado de S.Paulo
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Economia brasileira: Pior do que se previa - Editorial O Estado de S.Paulo


Pior do que se previa

Editorial O Estado de S.Paulo
20 Janeiro 2015 | 02h 04
Pelo menos até agora, as palavras e as ações da nova equipe econômica do governo Dilma Rousseff não foram suficientes para conter a deterioração das projeções para o desempenho da economia brasileira neste e no próximo ano. Da mesma forma que os analistas das instituições financeiras brasileiras consultados semanalmente pelo Banco Central, os economistas das duas principais instituições econômico-financeiras internacionais continuam a rever, sempre para pior, suas previsões para o crescimento da economia brasileira.
Tanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) como o Banco Mundial (Bird) estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ter crescido apenas 0,1% em 2014, variação muito próxima de zero. Esta é também a expectativa predominante entre os economistas de empresas de consultoria, bancos e financeiras. Ou seja, a presidente Dilma Rousseff encerrou seu primeiro mandato com a economia estagnada.
Depois de um desempenho tão fraco, era natural que se previsse alguma melhora em 2015 e sua intensificação em 2016 e nos anos seguintes. Em seu relatório Panorama Econômico Mundial para 2015, lançado em outubro, o FMI previu que a economia brasileira cresceria 1,4% neste ano e 2,2% em 2016. A expansão da economia mundial seria de 3,8% em 2015 e de 4,0% no próximo ano.
Na atualização dos dados que acaba de divulgar, o Fundo reviu em 0,3 ponto porcentual para menos o desempenho da economia global (crescimento de 3,5% em 2015 e de 3,7% em 2016), mas a revisão das projeções para o Brasil foi bem mais acentuada. Em 2015, o crescimento do PIB será decepcionante, de apenas 0,3% (1,1 ponto porcentual menos do que a previsão de outubro), e, em 2016, de 1,5% (0,7 ponto menos).
O Bird tinha projeções mais otimistas para a economia brasileira. O PIB deveria crescer 2,7% em 2015 e 3,1% em 2016, números que parecem mais condizentes com a história recente da economia brasileira - excluídos, é claro, os quatro anos do primeiro mandato de Dilma Rousseff. Na revisão de suas projeções divulgada na semana passada, reduziu em 1,7 ponto porcentual sua projeção para 2015 (aumento de 1,0%) e em 0,6 ponto a previsão para 2015 (crescimento de 2,5%).
Diversos fatores forçaram a revisão das previsões para o desempenho da economia global e das principais regiões do planeta. Um é a queda da cotação do petróleo (de 55% desde setembro), que alivia pressões sobre os preços nos países importadores, mas cria problemas para os exportadores. A tendência das principais economias (os Estados Unidos fortalecem sua recuperação, mas pioram as projeções para o Japão, a economia europeia continua pouco vigorosa e a chinesa mantém sua desaceleração) também afetou as projeções.
O cenário piorou particularmente para os países exportadores de commodities, como o Brasil, por causa da queda do preço dos produtos mais comercializados e da redução da demanda de alguns dos principais importadores, como a China - maior compradora de minério de ferro, principal item de nossa pauta de exportações.
Mas há fatores internos que afetam o crescimento do País. Nesse ponto, o estudo do Banco Mundial é mais específico do que o do FMI. Entre outros itens que retardam o crescimento, o Bird cita o aumento dos juros pelo Banco Central e o cenário mundial "mais desafiador", com a queda dos preços das commodities e desaceleração da economia chinesa.
A atuação da nova equipe do governo Dilma pode ajudar a elevar o nível de confiança dos brasileiros e até impulsionar o consumo e o investimento, prevê o Bird. Mas, mesmo que faça os ajustes necessários para corrigir os muitos erros cometidos na área econômica durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff, o Brasil continuará carente de outras mudanças essenciais e que há muito vêm sendo prometidas. "Apesar da remoção da incerteza eleitoral, a incerteza sobre as políticas fiscal e monetária e a agenda de reformas estruturais permanece elevada no Brasil", diz o Bird. Até agora, o novo governo Dilma não deu sinais de que pretende fazer essas reformas.



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