As novas sauvas do Brasil: as pedagogas freireanas...
Diplomacia e Relações Internacionais

As novas sauvas do Brasil: as pedagogas freireanas...


Não confundir freireanas com associações indevidas com mestre Gilberto Freyre, um grande sociólogo. Eu me refiro a Paulo Freire, um homem de boa vontade, mas tremendamente equivocado, sobretudo a partir de seu panfleto "Pedagogia do Oprimido", que parece ter se convertido no manual de besteirol das pedagogas atuais do Brasil.
A julgar pela sua influência na política educacional do Brasil, vamos continuar indo para o brejo em matéria de ensino e educação.
Monteiro Lobato lutava contra as saúvas, que segundo ele eram o atraso do Brasil. Ele queria dar-lhes morte à base de inseticida e outros defensivos agrícolas. Isso no campo das medidas profiláticas para tornar a agricultura viável e fazer o Brasil ficar mais rico.
Hoje nós estamos sendo atrasados pelas novas saúvas, as pedagogas freireanas.
Não pretendo matá-las com inseticida.
Meu decreto de pena de morte é puramente no campo das ideias.
Enquanto não matarmos essas novas saúvas -- apenas as ideias, insisto -- não vamos avançar em matéria de educação.

Se eu posso ilustrar o problema narrado abaixo com um caso real, absolutamente e INACREDITAVELMENTE real, aqui vai ele:
Uma pessoa, estudante universitária de jornalismo (que não preciso dizer quem é, mas vocês podem confiar em que o caso é tal qual ela me relatou), foi rebaixada em sua nota de trabalho de redação de uma típica matéria de jornal porque, segundo a ENERGÚMENA da professora, ela "tinha escrito de forma difícil, muito rebuscada, com linguagem acima da média da compreensão dos leitores. Teria de escrever de maneira mais popular, mais compreensível". E pronto, pau: nota 4.
A estudante em questão não é o que poderíamos chamar de intelectual, nem se distingue pela erudição, apenas ocorre de escrever corretamente, como se lê nos livros e nos bons jornais de nossa vida. Ou seja, está sendo punida por escrever corretamente, em Português da norma, não culta, mas normal. A professora, obviamente, é uma idiota completa, mas totalmente em linha com as novas pedagogas freireanas do MEC: ela pretendia uma escrita popular, e por isso rebaixou a nota, numa inacreditável demonstração de que a linguagem luliana ganhou definitivamente espaço neste país. O livro de Português distribuído pelo MEC apenas reflete essa triste realidade.
Estamos afundando lentamente...
Paulo Roberto de Almeida

Visão perversa
MERVAL PEREIRA
O Globo, 17/05/11

Há um aspecto perverso nessa crise do livro didático de português, que o MEC insiste em manter em circulação, que ultrapassa qualquer medida do bom-senso de um governo, qualquer governo.

A pretexto de defender a fala popular como alternativa válida à norma culta do português, o Ministério da Educação está estimulando os alunos brasileiros a cultivarem seus erros, que terão efeito direto na sua vida na sociedade e nos resultados de exames, nacionais e internacionais, que avaliam a situação de aprendizado dos alunos, debilitando mais ainda a competitividade do país.

O ministro Fernando Haddad, que já protagonizou diversas confusões administrativas, agora se cala diante dessa "pedagogia da ignorância" que apresenta aos alunos da rede pública a defesa de erros de português, como se fossem corretas ou aceitáveis expressões populares como "nós pega o peixe" ou "dois real".

(Aliás, cada vez que escrevo essas frases, o corretor de texto teima em sublinhá-las em verde, como se estivessem erradas. Esse computador ainda não passou pelo crivo do MEC).

Mas é o próprio MEC que veicula anúncios exaltando supostos avanços dos alunos brasileiros no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos).

O país registrou crescimento em todas as notas, embora continue muito abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e mesmo de alguns da América Latina.

Ora, se o próprio governo baliza sua atuação pela régua do Pisa, como justificar que a defesa de uma alternativa da fala correta seja uma política oficial do Estado brasileiro?

A professora Heloísa Ramos, autora do livro "Por uma vida melhor", da Coleção Viver, Aprender (Editora Global) acredita ser "importante que o falante de português domine as duas variantes e escolha a que julgar adequada à sua situação de fala".

Seria preciso então que as escolas e faculdades ensinassem o português popular para os que foram alfabetizados pela norma culta, numa radicalização esdrúxula que esse raciocínio estimula.

O caráter ideológico de certos livros didáticos utilizados pelo MEC, especialmente de história contemporânea, ganha assim uma nova vertente, mais danosa que a primeira, ou melhor, mais prejudicial para a vida do cidadão-aluno.

Enquanto distorções políticas que afetem posições pessoais do aluno podem ser revertidas no decorrer de sua vida, por outros conhecimentos e vivências, distorções didáticas afetam a perspectiva desse aluno, que permanecerá analfabeto, sem condições de melhorar de vida.

Fosse o livro uma obra de linguística da professora Heloísa Ramos, nada a opor quanto à sua existência, embora seus métodos e conclusões rasteiras do que seja preconceito contra a fala popular possam, sim, ser refutados como uma mera mistificação política.

Se fosse um romance, não haveria problema algum em reproduzir a maneira de falar de uma região, ou os erros de português de um personagem.

Mas o livro didático não pode aceitar como certo o erro de português. Didática, pelo dicionário (?) é "a arte de transmitir conhecimento, técnica de ensinar" ou "que proporciona instrução e informação".

O fato de falarem de certa maneira em algumas regiões não quer dizer que este ou aquele linguajar represente o português correto.

A visão deturpada do que seja ensinar aparece na declaração de um assessor anônimo do MEC no GLOBO de ontem, alegando que não cabe ao ministério dizer "o que é certo e o que errado", e nem mesmo fazer a análise do conteúdo dos livros didáticos.

Se não exerce esses deveres básicos, o que faz o MEC em relação ao ensino do país?

Seria um equívoco lamentável e perigoso se o MEC, com essa postura, estivesse pretendendo fazer uma política a favor dos analfabetos, dos ignorantes, como se ela fosse a defesa dos que não tiveram condições de estudar.

Na verdade, está é agravando as condições precárias do cidadão-aluno que busca na escola melhorar de vida, limitando, se não impossibilitando, que atinjam esse objetivo.

Se, porém, a base da teoria for uma tentativa de querer justificar a maneira como o presidente Lula fala, aí então teremos um agravante ao ato criminoso de manter os estudantes na ignorância.

Querer transformar um defeito, uma falha da educação formal do presidente-operário, em uma coisa meritória é um desserviço à população.

Os erros de português de Lula não têm mérito nenhum, ele os explora para fazer política, é um clássico do populismo, cuja consequência é deseducar a população.

Mas ele nunca teve a coragem de defender a fala errada, embora goste de ironizar palavras ou expressões que considera rebuscadas.

Ele desvaloriza o estudo, com frases como "não sei por que estudou tanto, e eu fiz mais do que ele", ou quando se mostra como exemplo de que é possível subir na vida sem estudar.

Mas em outras ocasiões, estimula que a universidade seja acessível a todos, numa atitude que parece paradoxal, mas que ganha coerência quando se analisam os objetivos políticos de cada uma das atitudes.

Se, no entanto, o desdém pela norma culta do português transformou-se em política de Estado, aí teremos a certeza de termos chegado ao fundo do poço.



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