Argentina morre de amores pela China; companheiros brasileiros olham, por enquanto - Marcos Troyjo
Diplomacia e Relações Internacionais

Argentina morre de amores pela China; companheiros brasileiros olham, por enquanto - Marcos Troyjo


Seria interessante saber o que pensam os companheiros disso tudo, sobretudo o Hobbes tropical, o homem que se esforçou para que o Brasil tivesse "relações carnais" com a Argentina, e que até redigiu do próprio punho um tal de Consenso de Buenos Aires, que hoje anda esquecido (vou relembrar, num próximo post). Será que eles se sentem como o marido traído? Deveriam...
Paulo Roberto de Almeida

América Latina, negócio da China
Marcos Troyjo
Folha de S. Paulo, Sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

A História e a Geografia conferiram a impressão de que Brasil e EUA sempre gozariam de enorme liderança e influência sobre a América Latina.

O Brasil permaneceu política e territorialmente “uno” após a independência. O legado colonial espanhol estilhaçou-se em várias repúblicas. A escala da economia brasileira comparada à dos vizinhos, bem como sua enorme área e população, também convidam à ideia de uma liderança “natural”.
Já os EUA, com sua dramática ascensão econômica ao longo dos século 19 e 20, e a elevação ao status de superpotência com o fim da Segunda Guerra Mundial, tinham na América Latina seu “hemisfério”. Quantas vezes se ouviu de que a região era “quintal” de Washington.
Nesta semana, contudo, o Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) formaliza em Pequim a progressiva diminuição da importância relativa de Brasil e EUA para a América Latina.
A China emerge como principal referência geoeconômica de países – como Argentina, Venezuela e Equador – que Brasil e EUA acreditavam compor sua preponderante esfera de projeção de negócios.     
Xi Jinping acena com investimentos de US$ 250 bilhões para a região nos próximos dez anos. Sugere que seu comércio com a América Latina alcançará meio trilhão de dólares em 2025.
Nicolás Maduro, em meio à pindaíba venezuelana, sai de Pequim com cheques que somam US$ 20 bi. Rafael Correa volta a Quito trazendo no bolso US$ 7,5 bi em empréstimos e linhas de crédito.
Ademais, o presidente equatoriano asseverou no Fórum, para regozijo de representantes dos 33 países da Celac e anfitriões, que a equação financiamento chinês x commodities latino-americanas é de “importância geoestratégica”.    
Mesmo que os EUA quisessem, hoje é inimaginável competir com a irrefletida fascinação que a América Latina nutre pela China.
Além disso, a atual governança nos EUA impede a reedição de empréstimos ou outros compromissos governo-a-governo, comuns durante a excepcionalidade da Guerra Fria. 
Mas o maior símbolo de “satelitização” de um país latino-americano à China se dá agora com aquele sempre considerado pelo Brasil como grande ponto focal de sua política externa: a Argentina.
No apagar das luzes de 2014 e, segundo o chanceler argentino Héctor Timerman, para não chegar de mãos abanando ao encontro da Celac na capital chinesa, o Senado de seu país aprovou na última sessão do ano ambicioso tratado sobre investimentos industriais e infraestrutura. O acordo oferece a Pequim acesso prioritário a energia, mineração, transporte, agropecuária e outros setores-chave na Argentina.
Muitos desses negócios serão fechados quando Cristina Kirchner realizar visita de Estado a Pequim em março. Isso se dá sem qualquer coordenação com Brasília e em detrimento do interesse de empresas brasileiras.
Ao contrário do que o Brasil elege como estratégia econômica externa – negociação a partir do Mercosul e tolerância a melindres argentinos – Buenos Aires alça seu voo solo com os chineses. Com isso, dilapida ainda mais o sonho brasileiro de liderança regional.



loading...

- Livre Comercio Faz Progressos... Na Asia Pacifico: Brasil E Eua De fora, China Lidera - Marcos Troyjo
A China é uma perfeita autocracia no plano polįtico. No plano econômico, ela é mais capitalista que o Vrasil, muito mais livre economicamente, bem mais aberta e amigável a negócios. Brasil e Estados Unidos vão ficar para trás...Paulo Roberto de...

- China Blindará América Latina Da Crise Europeia, Diz Stiglitz (bobagem)
Este Prêmio Nobel parece acreditar que a China mantém uma relação puramente bilateral com a América Latina, esquecendo-se de que se a China entrar em crescimento baixo, por causa da própria europeia, ela não vai conseguir salvar, muito menos...

- Unasul: Aguardamos Ansiosos Seus Planos Para 2012
Que coisa boa: a Unasul vai construir a felicidade da nação sul-americana. Somos uma nação, verdade? Temos direito à felcidade, certo? Hugo Chávez garante que é por meio da Unasul... Paulo Roberto de Almeida  UNASUL discutirá Plano de Trabalho...

- China: Referencia Incontornavel Na América Latina?: Um Sintoma Apenas, Entre Outros...
A transcrição do anúncio da conferência abaixo não tem qualquer objetivo propagandístico, do seu autor -- a quem considero equivocado em muitos aspectos, não só das relações externas da Argentina, mas da própria América Latina, em geral --...

- Cristina K Salvando A America Latina (aqui Sim, De Si Propria)
Bem, não sei exatamente como ela pretende fazer, mas parece que agora somos novos, ou modernos... Finalmente, já não era sem tempo... Ainda bem que temos dirigentes tão preclaros e instruídos. Imaginem se fossemos depender de certos coronéis que...



Diplomacia e Relações Internacionais








.